O sol põe-se na linha do horizonte. A praia está deserta. Mais um dia de praia que termina nesta "minha" baía prateada: S. Martinho do Porto, onde "o Inverno vem passar o Verão". É como que uma segunda casa nos meses de Julho e Agosto e será sempre que a minha vida o permitir.Este cenário idílico traz-me à memória boas recordações: as barracas do Sr Zé (o "meu" banheiro), as bolas de Berlim da Cecília depois de um mergulho, manhãs nubladas dentro do saco de cama ao som do apito irritante do farol, os cafés no Samar, as noites na rua dos cafés entre imperiais e pevides ou as longas conversas no paradão, as idas para a Foz e sua mítica Greenhill, a subida da duna de Salir, os pastéis de nata da Concha, os jogos de Verão, o Baile das Chitas, os passeios na baía na maré vazia, o pôr-do-sol nos Salgados, as amizades que ficaram enterradas na areia... E muito fica por dizer porque se aquela praia falasse muito teria que contar!
Eis um filme que passa despercebido nas salas de cinema, mas vale a pena fazer referência. É notória a sua semelhança com "Magnólia" a nível do esquema formal, revelando-nos três pequenas histórias cómicas sobre sexo, mentiras e vídeo, que interligam as dez personagens e originam três supostos finais felizes. 
