... do último romance histórico de Miguel Sousa Tavares, que dispensa apresentações. A acção tem lugar entre Portugal, Espanha e o Brasil, centrando-se nas três gerações da família Ribera Flores, proprietários rurais alentejanos.
A meu ver, deixa um pouco a desejar após o sucesso de Equador, que li num fôlego.

"(...) E pensava que a vida é mesmo assim: uns que morrem, outros que nascem, coisas que acabam e outras que começam. A continuidade das coisas, a lei da natureza. (...)" p.192
"(...) Tenho medo de uma coisa que tu não temes: que, depois de conhecer a liberdade, de ter viajado e vivido em países livres, não me volte a habituar a viver de outra maneira. Tenho medo que a liberdade se torne um vício, enquanto que agora é apenas uma saudade." p. 215
"O melhor que a amizade tem, (...), é a partilha do silêncio." p.262
"(...) E logo depois, nessa mesma noite, saía de coração descompassado à procura dela, como um drogado expondo a veia ao veneno, e, se por acaso a não encontrava, a noite seria branca e o dia seguinte seria negro." p. 407
"(...) Nessas coisas, as mulheres são mais racionais do que os homens: o seu desejo é mais meditado, mais seguro, mais inteligente do que o dos homens. Nasce da cabeça para os pés e nunca esquece a manhã do dia seguinte." p. 509