segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Walk the line

Nomeado para cinco óscares, "Walk the line" retrata a vida de Johnny Cash, cantor country norte-americano, desde a sua origem modesta até ao reconhecimento internacional, passando pela crise dos anos 60 e pela explosiva relação amorosa com June Carter.
Mais do que uma biografia, trata-se de uma história de amor. A primeira parte constrói o caminho para o encontro de Johnny Cash (Joaquin Phoenix) e June Carter (Reese Witherspoon), a segunda é a tentativa de conquista e a terceira é o esforço determinado de June em salvar a vida de Cash. As interpretações em voz real destes dois actores são, sem dúvida, a grande mais-valia desta película.
A electrizante carreira de Cash revolucionou a cultura americana e inspirou futuros ídolos como Elvis Presley e Jerry Lee Lewis. Multidões em êxtase lotavam salas de espectáculo e rendiam-se à sua saudação efusiva: "Good night, I'm Johnny Cash!". Com os acordes ritmados da sua guitarra, o olhar intenso e a voz profunda, J. Cash era o rebelde de negro que cantava sobre cocaína, a vida na prisão, sobre matar um homem para o ver morrer ou magoar-se a si mesmo para saber se conseguia sentir. Mas tudo o que fez, toda a sua vida foi o esforço de chamar a atenção da única pessoa a quem ele queria provar o seu valor: o pai. Parte dos seus admiradores eram reclusos. Daí que, já depois do boom da sua carreira, gravou um álbum ao vivo na prisão de Folsom.
Uma história de sucessos e música, droga e desilusões, mas acima de tudo de amor. Um filme intenso que demonstra os caminhos sinuosos do estrelato e do perigo constante de pisar o risco e sair da linha.
Eis uma das magias do cinema: trazer uma história do passado e transformá-la em futuro. Johnny Cash morreu em 2003 e a lenda, no entanto, mantém-se.


I keep a close watch on this heart of mine,

I keep my eyes wide open all the time,

I keep the ends out for the tie that blinds,

Because you’re mine, I walk the line.

I Walk The Line

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Memórias de uma Gueixa

Baseado no romance homónimo de Arthur Golden, "Memórias de uma Gueixa" é uma oportunidade de descoberta para o público ocidental de um mundo misterioso e exótico.
Nos anos que antecedem a 2ª Guerra Mundial, uma criança japonesa é arrancada à sua miserável família para ir trabalhar numa casa de gueixas, onde desabrocha e se transforma na lendária gueixa Sayurí. Um percurso assombrado por uma rival traiçoeira, que quase quebra o seu espírito, e um amor secreto (quase) impossível de alcançar.
A poucos dias da data de estreia no país (marcada para 9 de Fevereiro), a China decidiu proibir a exibição do filme "Memórias de uma Gueixa" na sequência da polémica que o envolveu e da má recepção pela parte dos media do país.


Diferenças entre Gueixa e Prostituta...
É inegável o paralelismo entre as duas profissões. As gueixas têm um patrono que trata delas a troco de companhia e de sexo; a sua virgindade é vendida em leilão a alto preço. Não sendo uma esposa nem uma prostituta, a «borboleta da noite» ganha a vida a entreter homens poderosos e deve reunir vários dotes artísticos: tem de ser uma dançarina, cantora e música, assim como uma excepcional conversadora. Para além disso, submete-se a uma disciplina férrea, devendo respeito à casa que a criou e obediência a quem a ensinou.
O conceito de prostituta não é tão elaborado nem nada que se pareça...

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Tolerância zero em "Brokeback Mountain"

O último filme de Ang Lee, "Brokeback Mountain", tem muito pouco de western. O seu argumento retrata uma história de amor complexa e intensa entre dois cowboys norte-americanos. O encontro mágico entre duas almas gémeas, tão diferentes, e por isso mesmo tão complementares numa sociedade preconceituosa que teima em não aceitar a diferença.
No Verão de 1963, dois jovens cowboys de barba rija com aspecto másculo, vão trabalhar isolados para uma montanha a cuidar de ovelhas, desenvolvendo uma amizade que, numa noite, se torna em algo mais. No final, Ennis Del Mar (Heath Ledger) afirma «Tu sabes que eu não sou gay» ao que Jack Twist (Jake Gyllenhaal) responde: «Eu também não». Após a negação inicial, ambos continuam as suas vidas, ao casar e trabalhar, até se aperceberem que se amam... assombrando-os ao longo das décadas.
O relacionamento homossexual de "Brokeback Mountain" destaca-se pela forma como decorre a paixão, e a maneira de ser destes dois cowboys, aparentemente opostos ao estereótipo gay. Um despertar de consciências para uma realidade que coexiste com as regras da nossa sociedade, quase como numa outra dimensão. Ou se tem consciência dela ou não. "Brokeback Mountain" abre a porta para essa dimensão. A dimensão em que o que importa são os sentimentos, as pessoas, o encontro das almas e não a forma que as reveste.
Um filme muito intenso a nível emocional, que não necessita de grandes tecnologias e efeitos especiais. O tema provoca-nos sensações mais fortes do que aquilo que se pode alcançar com a vista.
A ver para quem não assiste filmes só com os olhos.

sábado, fevereiro 18, 2006

Destino ou coincidência!? --- Eis a questão...*

Após um serão caseiro de sexta-feira, nada melhor que um Saturday night agitadíssimo por uma febre social e glamour com alguma dança e copos à mistura. Uma atmosfera propícia a encontros e desencontros, uns mais imediatos do que outros. Nem de propósito, dei de caras com um "Oliver"... Todas "o" temos, enquanto que os meninos também devem ter a sua "Emily".
O tempo passa e o destino faz sempre das suas, colocando pedras no nosso caminho… No lugar certo na hora errada! Cabe-nos retirar esses obstáculos indesejáveis e ultrapassáveis porque a prova do contrário nunca chegará!

* na sequência do post anterior

"A LOT LIKE LOVE"

Numa sexta-feira à noite caseira, o lixo televisivo levou-me a recorrer a um dvd emprestado por uma amiga. "A lot like love" é um filme que passou despercebido quando esteve em cartaz nas nossas salas - talvez por não ser protagonizado por nomes sonantes nem ser uma MEGA produção hollywoodesca -, mas trata-se de uma boa surpresa cinematográfica.
Ashton Kutcher (Oliver) e Amanda Peet (Emily) protagonizam esta comédia romântica aparentemente banal sobre a imprevisibilidade do amor, as partidas do destino e a linha ténue que separa a amizade do "felizes para sempre". Acompanhei a relação de Oliver e Emily, que se conheceram à sete anos num vôo entre Los angeles e Nova Iorque. Durante esse tempo, a vida (ou o destino) continuou a reuni-los, cruzando-os várias vezes, mas o timing nunca parecia ser o ideal. Nos "entretantos" envolveram-se com várias pessoas, desfizeram relacionamentos, construiram carreiras. À medida que lutavam contra todas essas controvérsias, passaram de apenas um casal de conhecidos a amigos intímos, podendo confidenciar tudo um ao outro. Contudo, quanto mais procuravam a pessoa certa, mais perceberam que se calhar talvez estavam destinados um ao outro... LOVE IS THE AIR!

THERE'S NOTHING BETTER THAN A GREAT ROMANCE ...
... TO RUIN A PERFECTLY FRIENDSHIP

P.S.- Um filme com uma mensagem simples capaz de fazer "cair na real" muito mortal...

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Desabafo

Os anos passam... As pessoas entram e saem da nossa vida... Umas ficam... Outras vão e vêm... Mas há aquelas que se divertem com esse movimento constante... Assim como se eclipsam num abrir e fechar de olhos, também surgem quando menos se espera... Esse aparecimento repentino reproduz um certo abalo em nós... SEMPRE!
Não compreendo porque alguém que não quer ficar, insiste tanto em voltar!? Das duas uma: ou fica de vez ou sai e não volta! Viver neste impasse do "toca e foge" é que não...

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Hoje...

... é dia dos TóTóS!!! A maioria dos casalinhos cá do burgo lembra-se de sair à rua para um programa a dois seja um jantar romântico ou uma ida ao cinema. Vale tudo! Ramos de flores e peluches de "I love you" vendem-se aos montes. O ar torna-se praticamente irrespirável de tanta lamechice...

... Não há paciência para um dia assim...

PS- Post livre de preconceitos Valentino dependentes!

sábado, fevereiro 11, 2006

MUNICH de Mr Spielberg

Depois de "Schindler's List", Steven Spielberg regressa às histórias polémicas com um thriller político "Munich", película negra e tematicamente complexa. Nomeado para cinco óscares, trata-se de um registo do ataque terrorista sem precendentes sofrido pela delegação israelita nos Jogos Olímpicos de Verão de 1972, realizados em Munique, e a subsequente corrida atrás dos seus autores (a Organização de Libertação da Palestina - OLP - de Yasser Arafat).
Ao assassinato de dois membros da equipa olímpica israelita e à captura de nove elementos como reféns, seguiu-se uma espera tensa que culminou com as palavras do pivot televisivo Jum McKay, “They’re all gone”.
"Munich" lida com os efeitos da vingança e da morte num contexto pessoal e numa manifestação geopolítica que se revela actual e relevante, marcando o início do terrorismo contemporâneo.

A vingança é um prato que se serve frio (seja em que circunstâncias for)...

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Porque...


... os milagres existem!!!

domingo, fevereiro 05, 2006

I HATE MONDAYS!

Pensamento de domingo à noite: "amanhã é 2ª, grrrr!!!"

sábado, fevereiro 04, 2006

O "MATCH POINT" de Woody

Woody Allen é uma das figuras que já goza de um estatuto consolidado na indústria cinematográfica, merecendo todo o reconhecimento que está a obter em Hollywood.
O seu último filme, "Match Point", vem comprovar a capacidade de se reinventar a si próprio, tendo escrito uma história sólida com princípio, meio e fim e filmando-a num registo que não é o seu. Para além de não desempenhar qualquer papel, não se parece com nada que tenha feito até hoje e só no desenlance revela alguns sinais do saxofonista.
Sem a sua Manhattan como cenário, Londres é o palco de manifestação cénica da história de um jovem professor de ténis (Chris Wilton), da sua ascenção na sociedade e as terríveis consequências da sua ambição. No meio de duas mulheres, o protagonista, sem saída, recorre a medidas extremas.
A sensualidade marca presença na personagem de Scarlett Johansson, que se vai transformando ao longo do filme: de uma autêntica "femme fatale" à Hollywood, cheia de glamour e terrivelmente sedutora, cai na vulgaridade, sendo histérica e possessiva em relação ao seu amante. Tal transformação, permite-nos perceber em parte os actos terríveis cometidos pelo protagonista.
Com realismo e seriedade q.b., Woody leva-nos a um desfecho surreal, um grande momento cinematográfico, humorístico e simultaneamente solene. É Woody Allen no seu melhor...

"A vida é como um jogo de ténis: se tiveres sorte a bola bate na rede e cai do outro lado"

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

FRIO, FRIO ...

... E mais frio! Portugal bate o dente com os poucos graus nos termómetros de norte a sul do país. Até a neve já teve o seu momento de glória. Calor!?! Só mesmo o dos aquecedores...

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Janeiro já era...

Ufa... Finalmente chegou ao fim o primeiro e mais longo mês do ano. Custa tanto vê-lo passar. Será por não haver feriados e dias santos pelo meio? Ou será a ânsia da chegada do dia de S. Receber uma consequência extrema da ressaca natalícia?
Em 31 dias, muita coisa se passou:
- adesão ao KING Kard. Cinema, cinema e mais cinema: o meu novo hobby;
- entrada no clube do quarteirão;
- Portugal tem um novo P.R. e Sampaio despede-se de Belém com uma lágrima no canto do olho. Cavaco volta ao ataque;
- o Sporting conseguiu ganhar na Luz (nem sei como!);
- frio, frio e mais frio, que se traduziu em neve, não só na Serra da Estrela, mas também um pouco por tudo o Portugal continental. Um domingo histórico após presidenciais;
- debandada do pessoal: Bélgica, Alemanha e Angola foram os destinos contemplados (GOOD LUCK 2 U!).


THE END