O trânsito
Avenida Eduardo Mondlane
Baixa da cidade
Praça da Independência
Maputo shopping
A Avenida 24 de Julho é uma das mais animadas e emblemáticas; manteve o mesmo nome após a independência; é bastante extensa, do centro da cidade até quase sair dela - ou, como canta um rapper moçambicano, "a 24 de Julho começa no luxo e acaba no entulho".
O luxo
O entulho da 24 de Julho
A capital moçambicana é uma cidade surpreendentemente viva, com uma imensidade de atractivos, desde uma vida cultural cada vez mais animada à agitação dos mercados de rua, onde o contacto com as gentes de Moçambique - de coração aberto e largo sorriso - providencia uma mostra preciosa da hospitalidade local; o que contribui para fazer de Maputo uma das capitais mais agradáveis de África. Numa sociedade com mil rostos, profundamente multicultural e multiétnica, há uma vontade de transformar o quotidiano e de acreditar no futuro.
O quotidiano das ruas é um testemunho exemplar da luta pela sobrevivência da gente moçambicana: uma multidão de vendedores ambulantes - por todo lado - dispõe sobre os passeios ou carrega uma espantosa variedade de mercadorias que respondem a quase todas as necessidades - quinquilharia chinesa, fruta tropical, roupas, carregadores de telemóvel, artesanato, relógios de marcas famosas em contrafacção, caju torrado, etc. É uma atmosfera que revela a vitalidade da economia informal, sustento de grande número de famílias moçambicanas, e que confere ao quotidiano da grande cidade uma animação permanente. Nem a indiferença do turista consegue apagar a esperança e a persistência do vendedor: "Ei sinhora... faço bom preço... não paga para olhar...".
Vendedores ambulantes no passeio da Av. 24 de Julho
Miguel (na foto) é um exemplo desses vendedores persistentes a deambular pelas ruas da cidade, interpelando quem tem pinta de turista... Um final de tarde, a caminho de casa, veio-me mostrar as suas capulanas, insistindo que deveria ser bagagem obrigatória no meu regresso à metrópole... O negócio não se concretizou... teria de ficar para uma próxima oportunidade... Uns dias mais tarde, encontrei-o noutra ponta da cidade... reconheceu-me... e tive mesmo de trazer a capulana na mala de volta a Portugal... "Uma compra maningue nice" nas palavras do próprio...
Ao longo da marginal...
Restaurante Costa do Sol, um ícone da cidade...
Camarões à Nacional...
Vale a pena visitar...
- a estação dos Caminhos de Ferro e a sua imponente fachada, gizada pela pena de Gustav Eiffel;
A fachada
- o Jardim dos Namorados... onde o nosso paladar se delicia com um batido de maracujá (dos melhores do mundo) e o olhar se perde nas profundezas do Índico ali plantado;
- o Museu de História Natural, um edifício de arquitectura neo-manuelina, tem uma interessante secção de etnografia que reúne escultura e máscaras macuas, além de um mural de Malangatana no jardim;
No exterior
No interior do museu
No jardim
- a Sé;
- a Igreja de Santo António do Polana, vulgo Espremedor de Laranjas;
No interior
- o mural "Ode a Samora Machel" que se situa na Avenida Marginal, mesmo em frente ao Clube Naval, tem cerca de 700 metros e o seu autor é Naguib, um pintor moçambicano. Por ocasião do 120º aniversário da cidade de Maputo [em 2007], colocou estes azulejos com a ajuda de um grupo de alunos de Belas Artes.
"A qualidade do moçambicano não se define pela cor. Não há minorias, há povo moçambicano.""O ignorante é incompetente. O incompetente julga saber tudo."
"A emancipação da mulher não é um acto de caridade."
"Não se pergunta a um escravo se quer ser livre"
Quem dispõe de abastada disponbilidade financeira, aconselho uma estadia no mítico Hotel Polana. O melhor da cidade (e também o mais caro). Bar, Restaurante, Salão de Chá, Pastelaria e Casino. Uma sumptuosa piscina completa o requinte deste magnífico edifício estilo colonial impecavelmente conservado.
A piscina
As primeiras impressões em Maputo podem frustar parcialmente expectativas demasiado optimistas. Quem aterra nesta cidade e está à espera de encontrar mais do mesmo, ou seja, uma Europa nos seus primórdios... é melhor nem sair do aeroporto e apanhar o primeiro avião de volta. Não é uma cidade que desperte uma paixão assolapada - daquelas que à primeira vista turvam a razão -, mas é um lugar que precisa de tempo, que requer conquistas diárias e compreensão mútua, mas depois alimenta romances longos e duradouros com os forasteiros (como eu!).
Ao deambular pelas ruas daquela cidade, senti-me em casa... o que não é de estranhar porque a riqueza deste país está nas suas gentes, um povo de pródiga comunicação, de generoso verbo que soa como uma música familiar.
3 comentários:
Beeeeeemmmmmm .. amei, realmente parece ser uma cidade de sonho com o seu encanto :)
Photos are GREAT :)
XXX
Isto sim é uma bela descrição de uma viagem!!
Muy nice.
bjocas
Photos by myself :)
Realmente, é uma cidade com os seus encantos à sua maneira... é preciso não esquecer que África é África :)
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