segunda-feira, outubro 27, 2008

PARIS


... é um filme mosaico por excelência. Depois de "A Residência Espanhola" e "As Bonecas Russas", Cédric Klapisch presta homenagem à cidade-luz, aos seus habitantes e à vida numa perspectiva optimista e açucarada da realidade.
A ideia de que a hora da morte poderá estar para breve assombra a vida de Pierre (Romain Duris), um dançarino do Moulin Rouge, que, de um momento para o outro, se vê bastante adoentado. O seu novo estado dar-lhe-á tempo para reflectir sobre a vida que tem levado até então, dando-lhe um outro olhar sobre tudo o que o rodeia. O filme reúne um misto de personagens - os agricultores, uma padeira, uma assistente social (Juliette Binoche), um arquitecto, um professor, uma modelo, um clandestino dos Camarões -. que desempenham diferentes funções, mas que têm algo em comum: viver em Paris. A vida de cada um não poderá ser vista como algo excepcional mas, para cada um deles, é única. Os seus problemas podem ser insignificantes,mas, para eles, são os mais importantes do mundo. O objectivo não é o particular mas sim dar uma visão geral do que se passa na cidade.
Esta fábula urbana resulta pelo conjunto e pela autenticidade das personagens, aliados ao ritmo dado ao filme, através da montagem e do som. Paris surge como a grande protagonista, um organismo em movimento. Não é a Paris idílica, recheada de amantes e paixões perfeitas. É a Paris real, poluída e altamente industrializada que, graças à excelente fotografia de Christophe Beaucar, exala romantismo, exibindo alguns dos seus ex-libris (a Basílica de Sacré-Coeur, o cemitério de Père Lachaise, a torre Eiffel ou o mercado de Rungis).


PS- Sai do cinema com uma vontade enorme de apanhar o próximo avião rumo a esta cidade... Um dia destes... quem sabe ;)

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