sábado, janeiro 17, 2009

Lá em cima*...

A caminho de Moçambique (Setembro 2008)

... a bordo do meio de transporte mais seguro do mundo, aperto o cinto e confesso que dou pouca importância às instruções de segurança no monitor enquanto o avião se faz à pista e levanta vôo... Sinto aquele friozinho na barriga, fecho os olhos e deixo-me ir em busca daquele azul celeste, pintalgado por nuvens de algodão branco...
O pânico de voar é coisa que não me aflige, muito pelo contrário... Andar de avião tornou-se um vício. A bordo, durmo se estou cansada, leio, ouço música, esqueço o que me atormenta cá em baixo, reflicto sobre a vida, recordo outras viagens e paragens... É como se estivesse numa espécie de sala gigante, partilhada por inúmeros desconhecidos com um objectivo em comum: chegar ao nosso destino. As zonas de turbulência abanam o pássaro gigante e há quem fique com o coração nas mãos, puxe do terço e reze com todo o fervor como se não houvesse amanhã. Um pequeno susto e a calma volta a reinar. Entretanto, ouve-se: "Ladies and gentlemen, here's your captain speaking..." - confesso que esta frase tem mais piada em inglês -, o senhor que assume os comandos do aparelho, levando centenas de vidas a seu cargo, gosta de se pronunciar sobre as condições atmosféricas e a rota adoptada.
Sinto-me leve, segura e nem ouso pensar que algo pode correr mal, mas há acasos que acontecem. O mundo da aviação já foi manchado por algumas catástrofes e, na maioria das situações, a caixa negra é a única sobrevivente para contar a história.
Confesso que fiquei assustada com a última aterragem na Portela: o vento soprava (muito) forte e a aeronave parecia um autêntico baloiço, da janela ora se avistava terra, ora se avistava o céu cinzento daquele dia de Dezembro. Depois de muitos balanços, a aterragem não foi suave, a travagem foi brusca e o silêncio foi interrompido por uma salva de palmas (bastante merecida) assim que o avião ficou imóvel na pista. O suspiro de alívio foi geral, os cintos desapertaram-se e cada um foi à sua vida. Mais um vôo chegara ao fim e, apesar de tudo, mal posso esperar pelo próximo: menos turbulento, sem inquilinos estranhos nas turbinas e outras coisas que possam perturbar a "paz" aérea. Fly away...

Voando até Varadero (Fevereiro 2008)

* post na sequência da amaragem do avião da US Airways no Rio Hudon, Nova Iorque... Os passageiros, sãos e salvos, não devem ter ganho para o susto. O comandante é um autêntico herói dos ares.

2 comentários:

Anónimo disse...

Ja estou com saudades de andar de aviao de novo amiga .. ehheh e so foi a menos de 3 meses ... ehehe

I LOVE OUR BUSINESS!!!

Estou feliz por trabalhar uma companhia aerea ... i love ZED's and ID's eeheh ...

Where too next ????

anDrEIA disse...

Também não vejo a hora :)