sexta-feira, setembro 29, 2006

Mais vale só

... do que mal acompanhado, diz o ditado popular. Consta que hoje é dia do solteiro: aquele que está SÓ por opção (ou não!). Questiono-me quanto ao objectivo e à necessidade da sua existência... Pensava que o dia do solteiro são todos os dias daqueles que, como eu, acordam sozinhos, ouvem amigos e familiares perguntar pelo namorado/a invísivel, que não têm um ombro para deitar a cabeça e ficar ali só porque sim; em suma, que desfrutam das vantagens e desvantagens que tal condição implica. Expliquem-me lá... O que é suposto fazer neste dia que nos é dedicado?!? Solteiros de Portugal e do mundo saiam para a rua e digam de sua justiça: "SOU SOLTEIRO E GOSTO..." ou "SOU SOLTEIRO PORQUE NINGUÉM ME QUER!", entre muitas outras missivas que ficam ao critério de cada um.
Mais do que tudo, pode-se dizer que ser solteiro é uma maneira de estar na vida que uns encaram de forma natural ao passo que outros como a triste sina dos "indesejados" ou "mal amados". Prefiro a primeira se bem que, por vezes, a solidão aguda e a falta de alguém nos leva a cair em pensamentos demasiadamente pessimistas. Fases menos boas que só têm de ser superadas: tarefa árdua mas não de todo impossível. Tudo se resolve...
Não fazia ideia da existência de tal dia, não fosse um conceituado diário da nossa praça noticiá-lo ao promover o speed-dating, que teve lugar nas docas lisboetas. Tal como o nome indica, trata-se da solução perfeita para os solteiros desesperados. Na era da globalização, só está sozinho quem quer... diria mesmo por opção!
A meu ver, este dia só existe para os que estão casados terem pena de não poderem comemorá-lo. Enfim... é díficil contentarmo-nos com o que temos: quem está só, busca incessantemente pela metade da sua laranja; enquanto que quem está (bem ou mal) servido não se cansa de cobiçar o bem estar alheio de free as a bird.
Irei mais longe ao reformular o ditado popular que intitula este post: mais vale só e saudável do que acompanhado e psicologicamente mal... A vida é muito mais do que uma companhia; haja saúde e alegria para vivê-la e tudo o que vier é bónus!!!

quinta-feira, setembro 28, 2006

"Volver"


... marca o regresso do realizador Pedro Almodóvar ao grande ecrã num registo mais ligeiro que os seus antecessores, recordando as suas memórias de infância e demonstrando o seu fascínio pelo sexo feminino.
Na verdade, as mulheres são tudo neste filme na medida em que a câmara se debruça maioritariamente sobre a peculiar história de três gerações, temperada com uma pitada de sobrenatural. Raimunda (Penélope Cruz) vive em Madrid, com a sua filha Paula e o seu marido Paco (o único homem da película que é apunhalado em três tempos), onde habita também a sua irmã, Sole, uma cabeleireira separada. Três anos passaram desde que a sua mãe, Irene (Carmen Maura), morreu num trágico incêndio na sua terra natal, La Mancha, uma pequena e ventosa localidade rural no interior de Espanha, onde ainda permanece um familiar: a tia Paula. Submersa em isolamento campestre, continua, no seu quotidiano, a falar com a sua falecida irmã como se ainda habitasse na sua casa, levando familiares a desconfiarem da sua sanidade. Até que um dia a velha tia morre e é nessa hora que o passado, o mistério e o sobrenatural se interligam numa conjunção que vai clarificar os verdadeiros limites da loucura. Salienta-se a figura do "fantasma", que afinal é capaz de ser a mais realista de todas as personagens.
Um verdadeiro hino à força feminina e ao seu savoir faire com algum salero à mistura... OLÈ!




terça-feira, setembro 26, 2006

Cenas da vida real

... num cinema perto de si! Cinco anos depois, o 11 de Setembro chega ao grande ecrã, contrariando aqueles que dizem que tudo o que havia para ver já foi visto nas imagens que passaram insistentemente nas televisões de todo o mundo.



"United 93" de Paul Greengrass é um documentário em torno das peripécias a bordo de um dos aviões desviados pelos terroristas, baseando-se nos depoimentos dos familiares das vítimas. Não deixa de ser visto como uma teoria improvável dado que não houve sobreviventes para comprovar os factos relatados. O acontecimento é a personagem principal e as pessoas são figurantes.


Ao passo que o "World Trade Center" de Oliver Stone, distingue-se por ser um filme que se debruça directamente sobre os acontecimentos trágicos do 11 de Setembro, incidindo sobre o ataque às Torres Gémeas e na história verídica de dois elementos da Polícia Portuária de Nova Iorque - John McLoughlin (Nicolas Cage) e Will Jimeno (Michael Peña) - que estavam a cumprir o seu dever. Após o embate do primeiro avião, entraram numa das torres para socorrer as vítimas, ficando soterrados nos escombros dos inabaláveis edifícios durante horas. O filme presta um óbvio e sentido tributo às vítimas dos atentados e aos que colocaram as vidas em risco para as auxiliar.
Contrariamente às restantes obras de Stone, "World Trade Center" evita tomar posição quanto aos atritos que geraram os trágicos acontecimentos ocorridos há cinco anos atrás, poupando o espectador de teorias da conspiração e descargas ideológicas. Stone preocupa-se em evidenciar a nobreza de carácter dos heróis anónimos que arriscaram as suas vidas para salvar outros, homenageando os elementos da polícia, bombeiros e os restantes que contribuíram para que as consequências dos atentados não fossem ainda mais nefastas. É um retrato humanizado dos acontecimentos que mudaram o mundo ao seguir em paralelo a operação de salvamento dos agentes Will Jimeno e John McLoughlin (respectivamente as 18ª e 19ª vítimas resgatadas com vida dos escombros) e crescente tensão e desespero das suas famílias.
No filme de Stone, as pessoas são as personagens e o acontecimento é o cenário...

Assistir a estes dois filmes, foi uma experiência estranha na medida em que retratam um passado demasiado recente. Dignas de um autêntico filme, aquelas imagens correram o mundo, impressionando tudo e todos. Ironia do destino, a realidade passou à ficção. Contudo, será muito díficil igualar e transpor a envergadura daqueles trágicos acontecimentos que tiveram repercussões mundiais. Se 9/11/01 não tivesse existido, as Twin Towers seriam paragem obrigatória numa próxima visita à Big Apple. Duvido que alguém tivesse a ousadia de fazer um filme sobre a queda (improvável) do inabalável World Trade Center, uma das obras de arquitectura mais seguras do mundo.

segunda-feira, setembro 25, 2006

Férias estragadas

... pelo cenário da imagem. Budapeste (capital da Hungria) seria o meu destino nesta semana de férias, mas terei que adiar a viagem por uns tempos dado o clima de violência e insegurança que se faz sentir. Milhares de pessoas protestam contra o Primeiro-Ministro, Ferenc Gyurcsany, exigindo a sua demissão após admitir que mentiu ao país sobre o estado da economia para ganhar as eleições e revelou que apenas lhe interessava o poder. Os confrontos na rua sucedem-se e já duram à uma semana.
Como férias são sinónimo de descanso, não me iria meter na "boca do lobo", preferindo aguardar que os ânimos acalmem para gozar em pleno a capital húngara com a colaboração do pessoal Erasmus que lá se encontra. Mi aguardem...
Contudo, nem tudo está perdido... Mal ou bem as férias estão aí para serem gozadas ao máximo. À falta de melhor, o meu destino será o meu vale encantado predilecto para um autêntico retiro zen de dolce fare niente enquanto a capital aguarda o meu regresso com as baterias completamente recarregadas...


domingo, setembro 24, 2006

A gabardine

Eis um domingo de Outono em toda a sua essência. Olho pela janela o céu cinzento e a chuva miudinha a cair. Procuro lutar contra a inércia em frente ao pc e às janelas de conversação do viciante msn. Após um duche, visto a gabardine e saio de casa em busca de um café para me acordar e algo que me aqueça a alma. Um chá de canela e um donut à falta de uns suculentos scones, fruto do encerramento (imperdoável!) da cozinha à hora do lanche. Uma boa conversa e as horas passam a voar sem nos apercebermos. A noite começa a cair. Mais um domingo a chegar ao fim... se bem que posso dizer que este foi diferente ou não fosse o primeiro de Outono!
Benvindos à época oficial da gabardine, a nossa melhor amiga nos tempos chuvosos...

sábado, setembro 23, 2006

Adoro-te CHIADO

... é o meu destino numa bela tarde de sábado de Setembro, em que os efeitos do recém-chegado Outono se começam a fazer sentir: o sol já não brilha como outrora, a temperatura desceu e o céu azul é invadido por nuvens escuras a ameaçar chuva.
A noite de 6ª foi calma, permitindo-me desfrutar de um sábado em pleno. Acordar, comprar os jornais e rumar ao Chiado, uma das zonas mais bonitas de Lisboa (para mim a melhor!).
Ao descer d'a mítica "Brasileira" até aos famosos Armazéns, sinto-me em casa... Os deambulantes desconhecidos são-me tão familiares possivelmente porque há algo que nos une: a devoção por este espaço citadino único com uma atmosfera peculiar que fascina portugueses e estrangeiros.
Em plena ressaca estival, ir ao Chiado é uma espécie de anti-depressivo saudável: cirandar nas ruas, ver quem passa, conversar sobre tudo e sobre nada à hora do lanche, entrar nas lojas da praxe e fazer algumas compras, sorrir e pensar que seria tão bom viver aqui...


domingo, setembro 17, 2006

Domingo secante...

É incrível, mas há dias (ou melhor domingos!) assim em que não há nada para fazer. Não se vê ninguém na rua. O telemóvel não toca. O msn está às moscas. A tv não se mostra convidativa. Depois de uma maratona de sono, o sofá está longe de se tornar o nosso melhor amigo. O Outono começa a dar os primeiros sinais de vida através do vento frio e das nuvens escuras a puxar chuva. O tempo arrasta-se e as horas demoram a passar. Para piorar, começa a surgir no horizonte o espírito típico de 2ª feira: aquele dia complicado de regresso a mais uma semana de trabalho e do "nunca mais é 6ª"!
Aposto que ninguém odeia mais os domingos que eu... um dia deprimente... GRRR!!!

segunda-feira, setembro 11, 2006

5 anos depois

... o 11 de Setembro de 2001 é relembrado como o dia que mudou o mundo. Manchetes de jornais, notícias na rádio, documentários na tv: vale tudo!
As imagens eram reais e não de uma tela de cinema. Tal como eu, aposto que muitos não acreditaram que os "poderosos" E.U.A. tinham sido atacados e que as Twin Towers tinham desmoronado após o embate de dois aviões comerciais, destruindo muitas famílias around the world. Cenas dignas de um filme, que nenhum realizador ousou filmar; contudo, o tempo passa e começam a surgir os documentários e as películas sobre esta tragédia. As memórias estão bem vivas e enquanto cá andarmos não iremos esquecer o impacto do 9/11 que será recordado ano após ano...


E agora pergunto eu: "Onde estavas no 11 de Setembro de 2001!?"

terça-feira, setembro 05, 2006

Seis anos depois

... os Pearl Jam regressaram em dose dupla a Lisboa para delírio de muitos fãs. O Pavilhão Atlântico tornou-se pequeno para a grandiosidade e potência sonora de uma grande banda. Eddie Vedder e seus muchachos esmeraram-se, intercalando as canções do novo álbum com os velhos clássicos. O público rendeu-se, cantando em uníssono e invocando velhas memórias. É inevitável associar algumas das músicas, que cresceram conosco, a alguns momentos da nossa vida.
A meio do concerto, Eddie Vedder surpreendeu tudo e todos, surgindo em cima da mesa de mistura, situada a meio da plateia do Atlântico, cantando o emblemático "Last Kiss". A oportunidade para muitos (como eu!) de ver mais de perto a figura de uma banda emblemática.
Mais um concerto único para quem teve a oportunidade de lá estar, contudo ficou muito aquém do Restelo à seis anos atrás. Digamos que Pearl Jam merecia um local à sua altura e um recinto fechado como o Pavilhão Atlântico limitou a sua performance. Espero que fique para uma próxima... mas valeu!


* Obrigada Rolando e Samuel pela cedência da foto, tirada no 2º dia do concerto (05 Setembro).