domingo, janeiro 28, 2007

ASSALTO E INTROMISSÃO


Depois de "O Paciente Inglês " e "Cold Mountain", Anthony Minghella regressa ao grande ecrã com Breaking and Entering ("Assalto e Intromissão") num registo mais intimista: um puzzle emocional e geofísico numa Londres, diferente daquela que aparece nos folhetos turísticos, numa época de mudança cultural e geográfica. A história de uma série de roubos criminais e emocionais.
Will (Jude Law) é um arquitecto de sucesso com um bem sucedido gabinete de arquitectura paisagista em King´s Cross, o mais ambicioso e renovado centro urbano europeu, gerido juntamente com o amigo Sandy (Martin Freeman). Contudo, o seu local de trabalho atrai constantemente a atenção de um gang local. Cansado dos sucessivos assaltos, Will persegue um dos criminosos até casa, onde este vive com a mãe, Amira (Juliette Binoche), uma refugiada da Bósnia. Para investigar o assalto, o arquitecto torna-se amigo desta, mas esta amizade rapidamente toma um curso diferente. Ao descobrir que Miro assaltou o estúdio do seu "amigo", Amina começa a desconfiar das suas intenções e, em pânico, chantageia-o para proteger o seu filho. Se Will já estava em crise (a relação com a sua lindíssima namorada, Liv - Robin Wright Penn -, já viu melhores dias dado que esta passa a maior parte do seu tempo preocupada com a filha adolescente e problemática, Bea - Poppy Roger), inicia assim uma viagem pelo interior da sua consciência, mas também pela cidade que ama...

Longe de ser uma obra-prima, Anthony Minghella brinda o espectador com uma película intelectualmente atraente e profunda com um toque sublime de modernidade. De salientar, as performances de Juliette Binoche e Jude Law, cada um no seu estilo inconfundível e química q.b.
Para ver num domingo à tarde como este, chuvoso e frio...

1 comentário:

Deeper disse...

O que mais gostei no filme foi a capacidade de me surpreender nos diversos pormenores:
- a interrogação de Jude Law: when did we have stop looking at each other?;
- a personagem da Juliete Binoche (que não surpreende porque a senhora tem a extraordinária capacidade de estar sempre bem);
- Miro, o seu filho e um reflexo perfeito dos descendentes de emigrantes ou refugiados;
- a (aparente) serenidade da mulher de Jude Law, com uma força incrível e aquela imensa ginástica exigida a todas as mulheres (esposas, mães e profissionais perfeitas a tempo inteiro).