sexta-feira, janeiro 19, 2007

SCOOP


O homem perfeito. A história perfeita. O crime perfeito. É o que promete o cartaz de Scoop, o mais recente filme de Woody Allen, o segundo rodado em Londres e protagonizado por Scarlett Johansson. À semelhança de Match Point, surge novamente como "isco" suculento, embora numa versão mais recatada, vestindo camisolões largos e sorrindo timidamente por detrás dos seus óculos fundo de garrafa.
A nova comédia contemporânea do realizador conta com a sua prestação no papel de ilusionista, assinalando o regresso a alguns dos seus temas de eleição - dinheiro, ganância, ilusionismo e luxúria. A sua premissa assenta numa espécie de anedota: Sondra Pransky (Scarlett Johansson) é uma americana que estuda jornalismo de visita a Londres, onde é escolhida para participar no número de um ilusionista americano, Sid Waterman (Woody Allen), aceitando fechar-se num armário. Aí, tem contacto com um ser do Além: o fantasma de Joe Strombel (Ian McShane), um jornalista recentemente falecido, que acredita conhecer a identidade do "Assassino da Carta de Tarot", um perigoso serial killer que anda à solta em Londres. Inesperadamente, Sondra encontra aquilo que parece ser a sua oportunidade: o scoop (na gíria jornalística portuguesa "furo") da sua vida. As constantes aparições de Joe incentivam-na a segui-lo, começando imediatamente a perseguir esta grande história com a ajuda do relutante Splendini Sid. As pistas levam-na até Peter Lyman (Hugh Jackman), um atraente homem de negócios britânico que, aos seus olhos, é perfeito. Contudo, o amor faz das suas e Sondra torna-se sua refém: "o pior cego é aquele que não quer ver"... Os problemas começam quando se apercebe que a paixão da sua vida pode não ser compatível com a obtenção do furo que tanto procura. Tanta perfeição até parecia mentira, que será justamente a chave para a surpresa final, tal como em Match Point.

Embora não seja tão supreendente como Match Point, Scoop não deixa de ter os seus momentos sublimes: uma espécie de barca do Inferno a lembrar o Auto de Gil Vicente e o espectáculo do mágico Splendini. No que toca ao cenário, Woody deciciu brindar o espectador com o british countryside.
Um excelente filme para descontrair ou não fosse uma comédia ao jeito do "lunático" Woody Allen com um toque policial. Um mistério delicioso... a desvendar numa sala de cinema algures!

2 comentários:

pedro disse...

O Matchpoint foi brihante. A ver que nos reserva este Scoop...

anDrEIA disse...

Scoop está no lusco fusco, a anos luz do brilhante Matchpoint!!!