Mais um livro que ganhou vida na sétima arte: O Perfume, o best-seller mundial de Patrick Süskind, adaptado por Tom Tykwer.
Uma história de morte e obsessão, protagonizada por Jean-Baptiste Grenouille (Ben Wisham), um homem terrivelmente só, na França do século XVIII. Desde cedo, o seu sentido olfactivo bastante refinado destaca-se e leva-o como aprendiz à perfumaria de Giuseppe Baldini (Dustin Hoffman), ultrapassando-o rapidamente na arte de misturar essências, que se tornam a sua obsessão e o afastam da companhia de outros seres humanos. A ideia de preservar os aromas humanos domina-o, assassinando, sem escrúpulos, jovens mulheres cujo cheiro peculiar o atrai. Até que encontra a bela Laura (Rachel Hurd-Wood) que possui uma espécie de essência sobrenatural, dando início a um verdadeiro jogo de gato e rato entre o amor fraternal e a paixão mortal…
Posso dizer que, ao assistir ao filme, fiquei com imensa vontade de ler o livro, um complemento perfeito dado que deve ser mais rico em termos de descrições olfactivas. Transformar os cheiros - tema central do romance - em imagens não é tarefa fácil; daí que o cineasta tenha optado por focar o carácter universal da história: um homem terrivelmente só que luta com o stress de ter de se promover e impressionar os outros. Um tema que assenta como uma luva na sociedade contemporânea e com o qual nos podemos identificar secretamente.
1 comentário:
Como sabes, também gostei muito. Num dia em que me passam pela cabeça mil e uma formas para deixar de ser transparente para as entidades patronais deste país só posso compreender este personagem fantástico. Que a academia possa ser sensível à interpretação de Ben Wisham, que ficou mesmo a merecer um Óscar!
Enviar um comentário