O que é uma família normal!? Será que existe mesmo ou não passa de uma utopia contemporânea!?
Nas salas de cinema, está um filme que parece responder a estas questões, em português mereceu o título de "Uma Família à beira de um ataque de nervos". "Little Miss Sunshine" é uma comédia-dramática sobre a jornada dos Hoovers, uma família que, apesar de disfuncional, sobrevive graças ao amor incondicional que une os seus tão diferentes elementos, tendo cada um deles um papel muito específico:
Richard (Greg Kinnear) é o pai obcecado pelo sucesso. Orador, dá palestras sobre motivação e é profundamente optimista. Tem um programa de "Nove passos para o sucesso", que ele próprio não parece conseguir cumprir;
Sheryl (Toni Collette) é a mãe que se desgasta a tentar impedir a implosão da família, sendo simultaneamente perseguida pelos seus segredos excêntricos - em particular os do seu irmão, um professor gay que acabou de sair do hospital;
Frank (Steve Carell) é o tio suicida que perdeu o amante, o emprego e a reputação;
Olive (Abigail Breslin) é a filha de 7 anos, redondinha e caixa de óculos, que sonha ser rainha de beleza;
Dwayne (Paul Dano) é o filho adolescente, apreciador de Nietzsche, que fez um voto de silêncio, que tenciona cumprir até entrar na Academia da Força Aérea;
Avô (Alan Arkin) é a personagem "mais à frente", tendo sido expulso do lar onde vivia por consumir drogas.
Apesar dos esforços para tal, nenhum dos Hoovers é normal. No meio de tanta disfuncionalidade, mobilizam-se para satisfazer o desejo de Olive: entrar no concurso de beleza "Little Miss Sunshine"; e partem na sua ferrugenta carrinha VW amarela rumo a Redondo Beach, Califórnia - local do evento. Nessa caótica viagem, descobrem-se enquanto família e percebem que o falhanço pode ser uma forma de triunfo. Com muito humor negro à mistura, são evidentes as críticas a uma sociedade cada vez mais obcecada pela beleza.
Numa última análise, não há famílias 'normais'. E os Hoovers podem ser vistos como um simples mecanismo de identificação. Podia ser a minha família ou a tua...
Um road movie fantástico, comovente e divertido q.b.. Uma história simples com uma banda sonora e fotografia agradáveis. A cena final é de ir às lágrimas, mas no bom sentido. E a fofíssima Olive é algo de extraordinário e encantador. A não perder...