segunda-feira, outubro 23, 2006

Maldito trânsito

... de domingo à noite em plena A1 (sentido Porto-Lisboa), demorando mais de duas horas de Alverca a Lisboa. Três faixas estancadas, nem para a frente nem para trás. Os condutores desligaram os seus carros, caso contrário não havia combustível e bateria que aguentasse. O que me fez perder o filme do serão de ontem da RTP1: "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain" (2001) de Jean-Pierre Jeunet, protagonizado por Audrey Tautou e Mathieu Kassovit, que mereceu o carinho do público nos quatro cantos do mundo.



Produto de uma família disfuncional, a oportunidade de Amélie Poulain (Audrey Tatou) "ganhar asas" fê-la voar até Paris onde arranjou emprego num café em Montmartre. O original corte de cabelo, os olhos esbugalhados cor de azeitona, o sorriso traquina servem de complemento à personagem romântica sonhadora e solitária. Uma figura disposta a abraçar o mundo. Até que um dia, um acontecimento - a morte da princesa Diana, sinal de que a vida pode ser fugaz - vem alterar a sua rotina e fazer com que descubra a sua verdadeira vocação: melhorar a vida dos outros. Assim, pela sua mão, sucedem-se uma série de estratagemas engenhosos que conseguem inundar de felicidade a vida da porteira do prédio, da colega de trabalho hipocondríaca, do empregado da mercearia da esquina e do "homem de vidro", um velho vizinho que sofre de uma fragilidade patológica dos ossos e que insiste em pintar sempre o mesmo quadro de Renoir. Contudo, a sua própria vida não parece mudar e ameaça estagnar ao deixá-la para segundo plano tal é a obsessão que tem com a busca incessante pela felicidade dos outros, hesitando em correr atrás da sua: Nino (Mathieu Kassovitz), um estranho personagem que colecciona fotografias tipo passe que as pessoas deitam para o lixo e trabalha em part-time num comboio fantasma e num peep-show. Tudo isto tem como cenário a Paris dos velhos bairros, das ruelas antigas e das lojas tradicionais, limpa de lixo e graffitis.



Um espécie de conto de fadas para adultos. Um convite ao optimismo que nos faz chegar ao fim com uma estranha sensação de felicidade e a acreditar num mundo melhor. Oxalá que o espírito de Amélie vá encarnando, aos poucos, em cada um de nós. A realidade teria, certamente, outras cores...


1 comentário:

pedro disse...

Aquele acordeão é fantástico...

Se te servir de consolo no Domingo passado estive parado uma hora e meia dentro do InterCidades em Pombal. Ou seja, em vez de chegar a Lisboa às 23h45 cheguei à 1h30. Isto está a ficar complicado fazer escapadelas ao fim-de-semana... ;-)