sexta-feira, dezembro 15, 2006

The Queen - o outro lado da História

A 31 de Agosto de 1997, o mundo acordou com a notícia da morte da mediática Lady Di - Diana Spencer -, Princesa de Gales, mãe do herdeiro da coroa britânica, num acidente de viação na Cidade-Luz. Um choque... Nem queria acreditar na voz trémula de Clara de Sousa, pivot do noticiário da hora de almoço, divulgando a fatalidade. Não perdi um documentário, nem a programação especial; uns dias mais tarde, acompanhei o seu funeral em directo na televisão com muita emoção. Fiquei triste só de pensar nos dois príncipes menores - William e Harry - entregues a um pai old fashion e a uma avó gélida, mais carinhosa com os animais do que no seio familiar.
Em The Queen, Stephen Frears conta o outro lado da história que os media não exploraram, obcecados pela figura da mítica Princesa do Povo, especulando sobre a batalha épica que se terá travado entre a Família Real e o Governo Britânico durante esses dias... enquanto uma nação em luto aguardava decisões por parte dos seus líderes. O que começou por ser um braço de ferro entre as duas instituições, terminou com uma certa cumplicidade, garantindo alguma estabilidade à monarquia e cimentando a popularidade de ambas: a monarca com quase meio século de reinado e o jovem político - recém eleito Primeiro-Ministro - Tony Blair.
De salientar os desempenhos notáveis de Helen Mirren e Michael Sheen nos papéis de Sua Majestade e Tony Blair, respectivamente; o argumento de Peter Morgan, conseguindo um retrato preciso da monarquia e da cultura britânicas; a simplicidade dramática e narrativa; com a mistura da ficção e recriação com imagens de arquivo, Frears proporciona ao espectador uma visita guiada a uma instituição tão rígida e fechada, como a monarquia britânica, sem nunca cair no 'voyeurismo', fazendo-o de uma forma inteligente e perspicaz.
Um regresso ao passado recente. A outra face da História: a morte polémica da Princesa Diana, a lufada de ar fresco na bafienta coroa inglesa que, por sua vez, sempre a odiou. Não deixam de ser curiosas as imagens de uma Família Real impávida e serena, em frente à televisão, perante as imagens de pessoas anónimas que choravam pela morte da Princesa do povo: DIANA!
Passados (quase) dez anos, quem não recorda o sorriso doce e meigo de Lady Di? A English Rose partiu, mas será recordada em todo o mundo; PARA SEMPRE!

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