quarta-feira, dezembro 31, 2008

2008 em retrospectiva...

No último dia do ano, é tempo de cumprir a tradição e fazer uma viagem pelos 12 meses de 2008, recheado de momentos bons e maus, únicos e inesquecíveis... 366 dias em movimento, na terra, no ar ou no mar, por terras daqui e d'Além mar...

Janeiro:

- é sinónimo de aniversário no 12º dia do ano... Um quarteirão e duas rotundas já cá cantam. Como o espírito não convidava à festa, não houve grandes comemorações e foi mais um dia no calendário;

- Teatro no Auditório dos Oceanos (Casino de Lisboa) com "Os melhores sketches dos Monty Python" com um elenco de luxo;

- desaparece o actor australiano Heath Ledger, natural de Perth;

- fiz a primeira massagem com óleos da minha vida... e amei a experiência. Uma prenda de anos fantástica;

Fevereiro:

- mais um Carnaval passado a trabalhar e um dia 14 sozinha;

- rir, rir e rir com Pedro Tochas e o seu "Work in Progress" no Auditório dos Oceanos do Casino de Lisboa;

- passeio de 28... dos Prazeres até à Graça num sábado de Inverno cheio de sol com pequeno-almoço no melhor bolo de chocolate do mundo e almoço no Chapitô de olhos postos no Tejo;

- durante a madrugada de 18 de Fevereiro, Lisboa é assolada por um autêntico dilúvio e quase foi ao fundo... uma segunda-feira caótica e macabra: estradas inundadas, semáforos avariados, carros por todo o lado... Um autêntico pesadelo;

- as primeiras férias all by myself... Cuba é o destino para uma experiência única e inesquecível...;

Março:

- regresso de uma semana de sonho nas Caraíbas, longe de tudo e todos... Cuba ficou no meu coração pela sua cultura, simplicidade das suas gentes, a tonalidade única do seu mar, as piñas coladas, as praias de areia branca, o passeio de coco, o mergulho com os golfinhos, o mojito na Bodeguita del Medio, as histórias que se escondem nas ruas e vielas de Habana, as memórias de outros tempos, os seus ritmos e muito mais... Horita vengo Cuba;

- visita ao renovado Miradouro de São Pedro de Alcântara com uma vista sublime sobre a minha Lisboa;

- o meu red mobile é vítima de uma tentativa de arrombamento na porta do condutor... A isto se chama vandalismo porque lá dentro não havia (e não há) nada para roubar;

- chega a Primavera e o tempo convida a tardes de esplanada em boa companhia;

Abril:

- ida ao teatro "A Gorda" no Villaret;

- visita ao Oceanário de Lisboa e deliciei-me com os encantos do fundo do mar;

- passeio de roda gigante à beira Tejo;

Maio:

- (re)descobri as esplanadas de Expo como um spot perfeito para ler um bom livro numa tarde de Primavera depois de um dia extenuante de trabalho;

- foi um mês pacato na minha vida à excepção do meu pc ter dado o berro, fazendo-me perder tudo o que tinha no seu disco irrecuperável... Milhares de fotos da minha vida nos últimos anos estavam lá dentro. De hoje em diante, fazer SEMPRE cópias em cd de todas as fotos que passam da máquina para o computador;

Junho:

- aquisição da nova máquina navegadora pelas ondas do www... um hp lindíssimo;

- é o mês de descer e subir o Parque Eduardo VII em busca de novas leituras, de visitar a World Press Photo no Museu da Electricidade, de Rock in Rio Lisboa (bendita a hora que decidi assistir pela tv ao concerto insólito de uma Amy Winehouse deveras alterada), de vibrar com a selecção nacional em mais um Euro (é pena não terem passado dos quartos de final), de Santo António (falhei pela primeira vez a essa noite alfacinha mítica);

- uma incursão nocturna pelo Bairro Alto fez-me perceber que os gostos mudam com a idade;

- o país entrou em pânico com a falta de combustível, provocada pela greve dos camionistas;

- ida à ante-estreia do "Sexo e a Cidade" e, ao longo das 2h15, matei saudades das quatro amigas inseparáveis e suas peripécias, encantei-me com Nova Iorque (tenho mesmo de voltar e ver com outros olhos!), deixei-me embalar pela banda sonora e não consegui conter a emoção em algumas cenas... um filme para ver na companhia das amigas de sempre e para sempre;

- a inauguração de um novo spot na noite mirense... Imagina tudo branco, uma banda sonora de nível, fancy cocktails, um lounge com um sofá preto e aquelas pessoas de sempre... Voilà... VERNIZ;

- começa o Verão... é tempo de praia, calor, sol, bikinis, bronze, esplanadas, roupas frescas, sandálias, gelados, banhos de lua e muito mais...;

- uma semana de férias na minha baía preferida: São Martinho do Porto;

Julho:

- completo um ano de TAP;

- o meu irmão parte para Moçambique num estágio de 7 meses... all by myself @ home até Fevereiro (weeeeeeeeeee!);

- chega uma visita especial do outro lado do mundo para três semanas que passaram num ápice: matámos saudades de nós e das coisas boas da vida com copos e refeições à mistura em spots à maneira... Cá te espero no nosso Portugal, sempre que querias voltar;

Agosto:

- passo fins-de-semana ou folgas a trabalhar para o bronze com os pés mergulhados nas águas de Saint Martin e não me canso de percorrer aquele calçadão de dia e noite, de me sentar nas esplanadas de havaiana no pé, de subir até à Concha para um pastel de nata genuíno, de me deliciar com uma bola de berlim após um mergulho nas águas da baía, de olhar para os miúdos e pensar que um dia já fui assim e cresci...;

- é mês de Jogos Olímpicos: Beijing 2008. A comitiva portuguesa traz na bagagem a medalha de ouro de Nelson Évora, a prata de Vanessa Fernandes, declarações e comportamentos polémicos de alguns atletas, inebriados pela febre olímpica;

Setembro:

- mudança de visual... um look wild wild com um toque afro;

- primeira facilidade de passagem com destino a Maputo para umas merecidas férias de 12 dias. África enfeitiça quem a visita: um clima quente, gentes calorosas e genuínas, praias banhadas por um Índico morno, iguarias de crescer água na boca, pôr-do-sol magnífico e tonalidades únicas, cidades perdidas no tempo que não escondem as marcas de um Portugal distante... Um mundo à parte, em estado bruto;

- visita ao Kruger Park, uma espécie de safari em ponto pequeno e uma experiência única e enriquecedora;

Outubro:

- a cadeia norte-americana Starbucks abre a sua primeira loja em Portugal, no Centro Comercial Allegro, mas o espaço não transmite a essência deste ícone mundial. Onde está o sítio de passagem, leia-se rua movimentada, com montras enormes e sofás confortáveis? Para mim, Starbucks é assim e não uns míseros metros quadrados num centro comercial semi-periférico...;

- o tempo começa a arrefecer... as folhas das árvores começam a cair... o Outono chega, os ponteiros do relógio recuam uma hora e os dias tornam-se mais pequenos;

Novembro:

- sopram ventos de mudança do outro lado do Atlântico... Barack Obama, o senador do Illinois, chega à Casa Branca, tornando-se o primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos da América. A tomada de posse terá lugar a 20 de Janeiro, 145 anos depois de Abraham Lincolm abolir a escravatura;

- deixei o ginásio (onde não punha os pés à largos meses) com a promessa de procurar um novo e mais estimulante num futuro próximo;

- o último período de férias do ano traz consigo a viagem de uma vida na melhor das companhias: Lisboa / Londres com algumas horas de escala no Aeroporto de Heathrow... chega-se a hora de apanhar mais um avião da companhia smooth as silk com destino ao ponto de encontro: Bangkok, que significa Cidade dos Anjos... Seguem-se 4 dias de estadia para desbravar uma das capitais da Ásia: a cidade dos hotéis de luxo, das massagens à séria, dos centros comerciais, das lojas das grandes griffes, do smog no ar, dos arranha-céus, do trânsito caótico, dos tuk tuk, dos paladares agre-e-doce, dos múltiplos odores, dos cocktails no topo dos edíficios, dos templos budistas. do povo amável que saúda os turistas numa espécie de vénia - que consiste em juntar as palmas das mãos e levá-las até ao queixo, baixando um pouco a cabeça, ao pronunciar musicalmente Sawasdee ka -, das barraquinhas de comida na rua... uma espécie de Nova Iorque na Ásia;

- vivi um pesadelo em Bangkok quando os manifestantes antigovernamentais decidiram ocupar o Aeroporto Internacional de Suvarnabhumi da capital tailandesa: vôos cancelados, milhares de turistas em terra, 12h no lounge sem saber o que ia acontecer e assistir pela CNN ao que se passava lá fora. No dia seguinte, o pânico e a confusão eram grandes e fomos encaminhados para hóteis da capital, aguardando novas datas para os vôos. A espera tornou-se longa, demasiado longa, os dias passavam e as notícias não eram animadoras, as malas estavam prontas para partir a qualquer momento e a impotência de arranjar uma solução consumia-nos... O objectivo de sair dali tornou-se uma obsessão e, ao final de 3 dias, conseguimos graças a dois anjos: dirigimo-nos para a base militar de Utapao (a 3h de autocarro de Bangkok) e embarcámos (a custo) no primeiro avião para Sydney;

- a estadia em Sydney foi por água abaixo devido ao precalço anteriormente descrito e tive de me contentar com o que vi do ar. Nem sai do aeroporto e apanhei o primeiro avião para Melbourne, onde cheguei com um dia de atraso ao previsto no roteiro inicial;

Dezembro:

- fiquei encantada pela cosmopolita, cultural e fria Melbourne;

- tive a minha primeira experiência Club Med em Lindeman Island, onde me banhei pela primeira vez nas águas quentes, cristalinas e salgadas do Pacífico. A filosofia do dolce fare niente reinou e foi disfrutar ao máximo do sol e calor do Verão australiano;

- perdi-me de amores por Surfers Paradise, uma localidade de veraneio na Gold Coast a fazer lembrar uma Albufeira ou Vilamoura, com um clima quente e húmido em que uma chuva sabe sempre bem para refrescar a atmosfera;

- ida ao Sea World com direito a uma visita ao parque e seus bastidores antes da abertura das portas ao público: luxo para os hóspedes do seu resort. Um dia em cheio com os shows de golfinhos e dos leões marinhos, o passeio de teleférico, as atracções da Rua Sésamo, o filme em 4D, o habitat de um urso polar... o tempo estava abafado e o céu cinzento, que deixava escapar algumas gotas de água... nunca a chuva me soube tão bem;

- o regresso à Califórnia australiana e à sua capital: Perth... uma semana em casa e em boa companhia. O tempo não esteve de feição, mas passaram-se bons momentos com novos conceitos de ver cinema, a conhecer novos lugares, a revisitar outros, a fazer compras e a descansar das últimas odisseias;

- visita à ilha de Rottnest... um paraíso perdido, sem carros, com águas cor de MARtini bianco, que convidam a um mergulho prolongado;

- vivi 12 dias Downunder debaixo de temperaturas amenas para o Verão tórrido australiano com um toque natalício. Num país quente, o Natal não é o centro de atenções do mês de Dezembro: há coisas mais interessantes para fazer do que andar enfiada em centros comerciais na compra frenética do presente perfeito para os mais queridos;

- fiquei fã da Malaysia Airlines: the other way to fly... que me salvou de um regresso a casa por Bangkok;

- regressei ao frio e à chuva do hemisfério norte... sofri um autêntico choque térmico ao aterrar em Londres com 3 graus... de bater o dente... e chegar a uma Lisboa debaixo de chuva;

- voltei ao trabalho depois de três semanas em viagem com algumas greves no horizonte (só me faltava esta!);

- o Natal foi mais do mesmo: o acender da fogueira às 19h de 24, a ceia em família, os copos com os amigos depois da missa do galo. 25 foi dia de excessos que começam ao almoço e terminam na mesa de jantar... joga-se conversa fora com aqueles que não se vê há muito e começa a contagem para o final do ano;

- sou apanhada pelo surto da gripe com direito a febre, dores de cabeça, horas e horas deitada no sofá enrolada em mantas e aquecida por um saco de água quente, muitas horas de sono: o que se traduz em 3 dias de baixa (a primeira da minha vida laboral!) e a uma estadia prolongada no Paraíso do Calcário;

- o reveillon mais deprimente de sempre: doente, em casa, sem cometer excessos gastronómicos, sem passas e desejos nas doze badaladas...


Em suma, 2008 foi um ano em que continuei a ser quem sou e a viver a vida... o melhor que sei, posso e consigo:

- sucederam-se as idas ao cinema com grandes filmes (Call Girl, Expiação, Into the Wild, Caramel, The Bucket List, Sex and the City, 27 dresses, Made of Honour, Tropa de Elite, Australia) e algumas desilusões, que não vale a pena referir;

- as viagens foram uma constante: 4 continentes (América Central, África, Ásia e Oceânia) num ano não é para todos e conheci alguns dos meus destinos de sonho (Cuba e Moçambique). Nada como aproveitar enquanto se é jovem para fazer aquelas viagens mais exigentes em termos físicos;

- o meu red mobile pregou-me algumas partidas e os pedidos de reforma começam a ser demasiado frequentes... parece que vou ter mesmo de arranjar um substituto (snif!);

- não postei tanto quanto gostaria;

- fartei-me de imortalizar momentos ao som do click da máquina fotográfica;

- descobri novas sonoridades como Rita Red Shoes e Deolinda... Uns mimos para a música portuguesa;

- andei desaparecida das noites lisboetas, à excepção de um comeback ao Tamariz (dois anos depois) e descobri que aquele espaço perdeu o encanto de outrora, e ao Kubo, o espaço de Verão perfeito à beira Tejo;

- perdi algumas peças de teatro em cartaz por inércia;

- rir, aprender, sonhar, sentir saudades e a colorir os meus dias.



ATÉ JÁ... que é como quem diz... ATÉ PARA O ANO!!!

7... 6... 5... 4... 3... 2... 1...

1...

2009

Votos de um ano tão próspero como o que hoje termina para a minha pessoa... com muita saúde, paz, amor e alegria para aqueles que mais gosto!

*CHUAC*

terça-feira, dezembro 23, 2008

ANTE-ESTREIA EXCLUSIVA


Valeu a pena ir ver in loco a película do australiano Baz Luhrmann, que tem como protagonistas Nicole Kidman e Hugh Jackman.
A história decorre a partir de 1939 e é contada por uma criança aborígene com o seu olhar inocente e deslumbrado de quem descobre o mundo para lá do seu cantinho. Kidman interpreta uma aristocrata inglesa que, após enviuvar, recebe de herança uma fazenda gigantesca e se vê na necessidade imperativa de atravessar uma imensa extensão de terra com 1500 cabeças de gado. Jackman (Drover) é um homem do mundo e é o único capaz de aceitar o desafio, liderando um conjunto de marginais de várias origens da sociedade australiana. No meio, há um garoto mestiço (o narrador da história) que o Estado quer resgatar ao seu habitat natural, e há a Segunda Guerra Mundial a chegar ao continente australiano - o bombardeio japonês assola Darwin pelas mesmas forças que meses antes atacaram Pearl Harbor.
Apesar do filme se dividir claramente ao meio, o tempo não se sente a passar e as imagens são deslumbrantes, mostrando a imensidão daquele continente lá longe que concentra tudo num só pedaço de terra.
Austrália é uma espécie de banquete cinematográfico - com romance, comédia, acção e drama - em que os espectadores são convidados, pelo espaço de três horas, a redescobrir a criança que há dentro de si e a vero cinema como se fosse a primeira vez.
Imperdível... esta viagem ao outro lado do mundo na companhia de Hugh Jackman.

segunda-feira, dezembro 22, 2008

Original...


... é não escrever ao Pai Natal e aguardá-lo de sorriso nos lábios e coração quente sem esperar algo em troca. Este ano será assim... A tradição já não é o que era.
Os anos vão passando e o espírito natalício vai-se perdendo à medida que vamos crescendo, mas há rituais que se esquecem e se repetem ano após ano:

24 de Dezembro

- 19h... Largo da Igreja da vila de Mira de Aire... o acender da fogueira... reencontram-se pessoas que já não se viam há muito... desejam-se as Boas Festas... mete-se a conversa em dia...

- 20h... regresso a casa, à lareira, é hora de "cear" em família com o desconsolado bacalhau cozido à mesa... doces e salgados enchem a barriga daqueles que só comem bacalhau para inglês ver... trocam-se prendas (não tantas quanto na infância)...

- 00h... é hora de ir ter com os amigos para a verdadeira noite do galo até ao sol raiar... se for caso disso :)

25 de Dezembro

- 13h... almoço de família... e a tarde será passada a comer, ver televisão, dormitar no sofá, entre outras actividades deveras produtivas (lol)

Mais um Natal passado e o ano está a um passo do fim...

FELIZ NATAL!!!

domingo, dezembro 21, 2008

Mulheres


Um filme de e para mulheres com um elenco de luxo, onde homem não entra. Meg Ryan, Eva Mendes, Annette Bening são algumas das estrelas que dão corpo e alma às diversas peripécias do universo feminino, que nós tão bem conhecemos e nos identificamos...

segunda-feira, dezembro 15, 2008

Saudades...

... desta Lisboa que anoitece... O Cais das Colunas (Terreiro do Paço) foi devolvido à sua Lisboa, mas parece que por pouco tempo. As obras vão voltar já em Janeiro. Portugal no seu melhor...

O que é bom...

... acaba-se. Cá estou de volta ao hemisfério norte e ao frio depois de três semanas a andar ao contrário: acordava quando aqui se deitavam, almoçava quando aqui se jantava, calçava havaianas e sandálias quando aqui se anda de meias quentes e botas, vestia t-shirts quando aqui se vestem camisolas e mais camisolas para não deixar o frio penetrar na pele...
Em suma, vivi dias de Verão em pleno Dezembro; o que não deixa de ser estranho, mas sabe bem, muito bem... Se não fossem alguns enfeites típicos da época que se vão cruzando no nosso caminho, uma pessoa até se esquece que o Natal está à porta. Contudo, nem só por aqui o tempo anda virado do avesso... lá em baixo, também...
Apesar do contratempo inicial que me obrigou a mais 4 dias de estadia forçada em Bangkok, o resto da viagem correu às mil maravilhas... Fotos são mais que muitas e histórias também...
3 semanas de viagem, 10 vôos, 5 companhias aéreas, 5 paragens, 2 continentes, 2 oceanos... Contarei tudo nos próximos posts. Até lá, vou-me tentando ambientar a esta nova realidade e ao frio que se faz sentir... By the way, maldito jet lag.

quinta-feira, novembro 20, 2008

Eu vou para ...

............. LONGE .............

de férias

PS- Até ao mês que vem...

terça-feira, novembro 18, 2008

Blindness


... ou "Ensaio sobre a Cegueira" é um filme chocante e violento... Uma alegoria à vida humana. Mesmo em momentos de catástrofe, o Homem é capaz do melhor e do pior.
Confesso que fiquei com alguma curiosidade de ler o livro que deu origem à película, realizada pelo notável Fernando Meirelles e interpretada por Julianne Moore, Mark Ruffalo, Gael Garcia Bernal, entre outros... Há sempre pormenores que escapam ao cinema.

quinta-feira, novembro 13, 2008

Dobradinha cinematográfica...

Em Bruges

Depois de ver o filme, fiquei com uma vontade enorme de partir rumo a esta cidade medieval, mais conhecida pela Veneza do Norte...



Bond... James Bond... ou melhor Craig, Daniel Craig... Desenganem-se aqueles que esperam um romance de James com a sua Bond girl porque o amor não está no ar nesta nova película do senhor 007. Quem vai à procura de acção, não sairá desiludido muito pelo contrário... Os primeiros 30 minutos são de perder o fôlego com uma perseguição desenfreada em verdadeiros bólides, que não chegam inteiros ao final... O resto do filme não reserva grandes surpresas além de um Daniel Craig, quase tão bom como Sir Sean Connery.

quarta-feira, novembro 05, 2008

Saudades...

... desta gente amável e genuína sempre com um sorriso encantador nos lábios;
... desta terra lá longe que faz lembrar um Portugal exótico;
... das músicas (como esta!) que convidam o corpo a balançar;
... das refeições de camarão com batata frita: o meu prato preferido para todo o sempre;
... das bananas docinhas;
... dos batidos de maracujá da Surf;
... do pôr-do-sol de cores únicas;
... das palmeiras, das praias, do sol e do calor que se fazia sentir no dia do meu regresso :)

Goodbye...

... finally... God bless America!

YES WE CAN!!!

Parece que a América vai mudar... e o mundo também... esperemos que para melhor, de preferência. Felizmente, chegou ao fim o massacre nos telejornais nacionais sobre as eleições do outro lado do Atlântico. Um enjoo mesmo para quem está longe. Desde já o La Luna felicita o primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos da América: Barack Obama, o senador do Illinois, toma posse a 20 de Janeiro, 145 anos depois de Abraham Lincoln abolir a escravatura. See you there...

segunda-feira, outubro 27, 2008

PARIS


... é um filme mosaico por excelência. Depois de "A Residência Espanhola" e "As Bonecas Russas", Cédric Klapisch presta homenagem à cidade-luz, aos seus habitantes e à vida numa perspectiva optimista e açucarada da realidade.
A ideia de que a hora da morte poderá estar para breve assombra a vida de Pierre (Romain Duris), um dançarino do Moulin Rouge, que, de um momento para o outro, se vê bastante adoentado. O seu novo estado dar-lhe-á tempo para reflectir sobre a vida que tem levado até então, dando-lhe um outro olhar sobre tudo o que o rodeia. O filme reúne um misto de personagens - os agricultores, uma padeira, uma assistente social (Juliette Binoche), um arquitecto, um professor, uma modelo, um clandestino dos Camarões -. que desempenham diferentes funções, mas que têm algo em comum: viver em Paris. A vida de cada um não poderá ser vista como algo excepcional mas, para cada um deles, é única. Os seus problemas podem ser insignificantes,mas, para eles, são os mais importantes do mundo. O objectivo não é o particular mas sim dar uma visão geral do que se passa na cidade.
Esta fábula urbana resulta pelo conjunto e pela autenticidade das personagens, aliados ao ritmo dado ao filme, através da montagem e do som. Paris surge como a grande protagonista, um organismo em movimento. Não é a Paris idílica, recheada de amantes e paixões perfeitas. É a Paris real, poluída e altamente industrializada que, graças à excelente fotografia de Christophe Beaucar, exala romantismo, exibindo alguns dos seus ex-libris (a Basílica de Sacré-Coeur, o cemitério de Père Lachaise, a torre Eiffel ou o mercado de Rungis).


PS- Sai do cinema com uma vontade enorme de apanhar o próximo avião rumo a esta cidade... Um dia destes... quem sabe ;)

domingo, outubro 26, 2008

Hora nova...


Gostava de saber de quem foi a ideia de mexer nos ponteiros do relógio!?! A noite passada ganhou mais uma hora, mas os dias estão mínimos: às 18h já está escuro... Este novo horário é deprimente... já não bastava o arrefecimento da temperatura!!!
África pode ser terceiro-mundo, mas disfruta da natureza (e da luz do dia!), tal como ela é... e não há cá adiantar ou atrasar seja o que for... A civilização pensa mesmo que manda... até no relógio!!!

quarta-feira, outubro 22, 2008

Outono...


... veio para ficar... chegou o frio, o vento e a chuva... no fim-de-semana muda a hora... as folhas amareladas cobrem o chão das ruas e o cheiro das castanhas já paira no ar...

quarta-feira, outubro 15, 2008

This is Africa

África é mesmo outro mundo... diferente de uma Europa, Ásia, América ou Oceânia... África é África... não há palavras para descrever... uma terra mágica... que tem a sua maior riqueza nas pessoas descalças da rua e sorriso meigo... Seguem-se imagens de uma África profunda... que valem mais do que mil palavras... África no seu melhor... ao vivo e a cores!

Carangueijo vivo (por cá chamamos sapateira) à chegada ao restaurante
Mercado do Peixe - Maputo

A terra das palmeiras...

... e das árvores centenárias (Jardim Tunduru, Maputo)

Esta gente faz kms num dia... sempre com a casa na cabeça e a prole às costas

Grande mulher...

À espera do chapa...
Moçambicano vende tudo na rua...
Um desafio à lei da gravidade (ou não!)
Um povo artístico... Escultura em madeira, Aeroporto Internacional de Maputo


MENSAGENS (sur)REAIS:

Prevenção rodoviária no país dos sem medo ao volante

Coca-cola é a bebida do moçambicano... um vício!

Publicidade nas ruas de Maputo

Câmara Municipal de Maputo
Moçambique não esquece Samora...

Posso dizer que consegui viver Moçambique de uma maneira diferente, chegando onde a maioria dos "turistas" não chega e ficando assim com uma ideia mais real do país. Ao longo de duas semanas de estadia - que passaram à velocidade de um sopro -, convivi com uma miríade de visões, cheiros e sons completamente diferentes daqueles a que estava habituada... este é realmente um mundo à parte; as pessoas, os seus ritos e costumes, a sociedade... é uma realidade tão diferente e da qual conheci um pouco. África é realmente apaixonante... A cada esquina, em cada rosto, há algo de mágico e marcante que, creio irá ficar cá dentro para toda a vida...

Praia da Barra, Inhambane

Até sempre Maputo, Kanimambo Moçambique!

O meu último pôr-do-sol africano - Maputo

The End...

Pela costa moçambicana...

As várias saídas de Maputo permitiram-me conhecer um pouco de uma África que conhecia apenas da televisão e do cinema, não esquecendo as praias idílicas dos guias turísticos. O verdadeiro país, o Moçambique dos sorrisos, começa assim que os prédios da capital deixam de se avistar no horizonte. Welcome aboard...

Em viagem pela [minha] África...

A bela e vastíssima costa moçambicana tem mais de 2500 kms. Praias e mais praias, de areia fina, banhadas por um Índico tépido e beijadas por um sol escaldante de tonalidades magníficas quando se deita no horizonte. A natureza em estado puro...
As viagens num jeep de tracção às quatro rodas começavam sempre da mesma maneira: trânsito infernal, buzinadelas ecoando nos tímpanos, fumaradas de canos de escape a entrarem pela janela aberta, "chapas" efectuando manobras imprevistas, o caos normal de uma grande cidade. Só quando a malha urbana ficava para trás é que a calma regressava ao interior da viatura e, aí sim, tinha início o verdadeiro prazer. A começar pela paisagem, pelas pessoas com que nos cruzávamos no caminho: o Moçambique verdadeiramente atraente, seguramente mais pobre mas de gente genuinamente afável e hospitaleira. Aldeias de cubatas, olhares sorridentes, mais anciãos respeitosos, mais Moçambique.

À saída de Maputo...
PRIMEIRA PARAGEM:

A praia da Macaneta é a mais próxima de Maputo, cerca de 30 kms, para norte na direcção Xai-Xai (em Marraquene virar à direita). Chegar lá é uma verdadeira aventura... e recomenda-se fazê-lo em veículos 4x4 para não ficar com o carro para obras!!!


A começar pela travessia do rio Komati (Incomati em português) num batelão secular... a passagem para a outra margem faz-se ao sabor da corrente com o motor arduamente lutando para não se dar por vencido.

O batelão

A tripulação

A bordo...

O pior ainda estaria para vir... Do outro lado, espera-nos um autêntico rodeo no asfalto, ou melhor uma estrada de terra com buracos e mais buracos, alguma lama e cruzamo-nos com algumas manadas de animais.

A estrada que nos esperava na outra margem...

Alguns companheiros do asfalto...

Quase duas horas depois, chegamos à Macaneta... primeiro, avista-se a lagoa colada ao oceano... mais uns passos, surge a praia deserta, banhada pelas ondas de um Índico rebelde, com um areal enorme...

A lagoa...

Cubata e palmeira à chegada à Macaneta

A praia...

O sol não queima, torra... Com a temperatura da água muito boa, ao primeiro mergulho seguem-se muitos mais. Um dia de dolce fare niente, o único trabalho foi mesmo o do bronze (lol) e relaxar muito com a banda sonora perfeita: o rebentar das ondas na areia... As maravilhas de uma praia deserta ao alcance de poucos, os sobreviventes de uma verdadeira odisseia...

Um dos mergulhos no Índico...

O descanso dos guerreiros: saltaram, mergulharam e brincaram durante toda a tarde... sempre de sorriso nos lábios

PRÓXIMA PARAGEM:

Aquela quinta-feira amanheceu cinzenta em Maputo, mas estávamos de partida em busca do sol... e domingo estariamos de volta de baterias recarregadas.
O fim-de-semana prolongado de quatro dias [feriado de 25 Setembro, a festa das Forças Armadas, com direito a ponte na sexta-feira] permitiu-nos subir um pouco mais no mapa de Moçambique. 600kms e seis horas de viagem [grande parte das quais a dormir porque o corpo não tinha tido tempo de ir à cama!] depois... e alguma chuva pelo caminho... chegámos ao destino: Praia do Tofo, na província de Inhambane. Lá estava o sol à nossa espera com aquele calorzinho a suplicar um mergulho no Índico.

A caminho do Tofo...

A praia do Tofo

As cabanas da Casa Barry [uma das muitas infra-estruturas sul-africanas locais] acolheram-nos nesta estadia com a praia mesmo aos nossos pés e a banda sonora perfeita... Magnífico!

A recepção da Casa Barry
A vista da (minha) cabana junto à praia do Tofo (Inhambane, Moçambique)... O acordar tem outro encanto!
just relax...

Há um pormenor absolutamente delicioso, é possível ver o Sol nascer e pôr-se no mar. Não parece grande coisa mas para quem vem de um pais todo voltado para ocidente ver o Sol elevar-se do mar com cores de "fim de tarde" deve ser especial, mas as manhãs acordaram sempre nubladas, privando-nos desse espectáculo matinal...

Pôr-do-sol... Sunset... Puesta del Sol

As noites no Tofo oferecem duas alternativas: o enorme conforto do ruído do mar que embala o sono de qualquer um debaixo de um céu estrelado ou a rambóia no Dino's Bar, um must local no que toca a animação nocturna.
Impressionante... maningue pessoal de Maputo - bradas dos meus bradas - que se encontrava por aquelas bandas a gozar o merecido fim-de-semana XL... Coincidência (ou não!).

Tofo by night @ Dino's

Dino's staff
outside Dino's... mesmo em cima da praia

A ponta da Barra é outra praia com um areal a perder de vista... ideal para um passeio a pé numa quebra à rotina da batida triologia do sol, mar e areia.

Praia da Barra...
O farol da Barra...

A cerca de 20kms do Tofo e da Barra, Inhambane é ponto de paragem obrigatório, cujo primeiro europeu a pisar foi o descobridor Vasco da Gama, em 1498, a caminho das Índias e que teve o seu grande desenvolvimento económico a partir do entreposto comercial criado também por portugueses após 1534. A fama desta capital de província vem de longe e renovou-se com a rodagem, em cenários próximos, da novela portuguesa Jóia de África. A cidade conserva um núcleo urbano do tempo colonial, uma espécie de museu que testemunha exemplarmente uma época, e mantém a sua atmosfera calma, relaxada e uma luz lindíssima. As edificações mesclam elementos lusos, orientais e das tradições arquitectónicas swahili. Esta é a terra da Boa Gente que Vasco da Gama descobriu e assim baptizou porque aqui os locais eram generosos e afáveis. Hoje não oferecerão o que Vasco da Gama recebeu mas continuam a ser pessoas simpáticas.

Inhambane...
A Igreja...
O cair da noite...
O Moçambique dos pés descalços, Inhambane...

PRÓXIMA PARAGEM:

A província de Gaza é conhecida como o celeiro do país, onde se cultiva principalmente arroz no vale do rio Limpopo. É também uma importante origem de produtos como a banana, algodão e milho. ao longo da Estrada Nacional 1 [atravessa o país de Norte a Sul], sucedem-se aldeias e vilas coloniais abandonadas com as suas lindas casinhas em estilo português mas em ruínas ou em avançado estado de degradação. E, no entanto, a uns 500m das casas coloniais abandonadas, surgem os agrupamentos de palhotas, quer redondas, quer rectangulares, à maneira tradicional: telhados de colmo, paredes de folhas de palmeira entrançadas misturadas com barro, rodeadas de paliçadas protectoras.

A caminho de Xai-Xai

Não conseguia compreender por que razão os moçambicanos não ocuparam, pura e simplesmente, as casas abandonadas pelos portugueses. Mais tarde, apercebi-me que essas casas nada têm a ver com a sua cultura uma vez que necessitam de estar bem junto da natureza, nos seus palmeirais, em sítios onde possam viver em contacto directo com a natureza, cozinhar ao ar livre, conviver debaixo das casuarinas, das bananeiras, das papaieiras, das mangueiras, dos cajueiros e das palmeiras.
Xai-Xai é a capital da província de Gaza, situando-se a cerca de 200kms a norte da capital (aproximadamente três horas): é um destino turístico devido à sua praia, com o mesmo nome, que se encontra ligada ao centro da cidade por 10 kms de estrada asfaltada.

Uma avenida de Xai-Xai

Com um cordão de rochas paralelo à costa, protegendo-a do mar aberto, na maré-alta, e formando várias piscinas de água salgada, na maré baixa, a fama desta praia é conhecida além fronteiras com quilómetros a perder de vista de areia branca.

De molho no Índico...
... cristalino...

A praia do Xai-Xai já conheceu melhores tempos, na época colonial, quando era uma das praias preferidas, assim como Bilene [próximo destino], para os habitantes de Maputo. Agora, está meia abandonada, com dois grandes hotéis fechados – um deles mesmo em ruínas.

Praia de Xai-xai
Moçambique do sorrisos em Xai-Xai...
Hotel em ruínas - Praia do Xai-Xai

ÚLTIMA PARAGEM:

A cerca de 145 km a norte de Maputo, pela EN1, na pequena vila de Macia, há um desvio para Bilene. Por sua vez, é o local de peregrinação nos tempos livres dos oriundos de Maputo devido à sua concorrida praia na lagoa [de água salgada] Uembje -mais de 27 kms de largura e 5kms de comprimento cuja temperatura ultrapassa frequentemente os 30º -, com direito a "gaivotas" e motos de água para desfrute do veraneante, restaurantes de renome e muitas habitações para arrendar aos forasteiros. A areia é muito fina e dourada... tudo seria perfeito caso o sol não se tivesse intimidado no dia da minha visita e o tempo não convidava a banhos... infelizmente!
Bilene...

PS- A aventura africana está a caminho do fim...