terça-feira, janeiro 30, 2007

DAY AFTER


Diz-me um amigo, escritor de idade provecta e vasta experiência sexual, entre dois sorrisos malandros: «Nunca me deitei com uma mulher feia, mas já acordei com alguns monstros na minha cama».
O dia seguinte pode ser de tal forma traumatizante que a maior parte dos homens foge sempre dele, antevendo o incómodo que este representa. De facto, por mais estranho que pareça, é muito mais fácil uma pessoa deitar-se com um desconhecido do que acordar ao lado do mesmo. No calor da noite, depois de uma, duas ou três horas de conversa, a ilusão de intimidade não é assim tão difícil de criar. Além disso, o sábio ditado ‘à noite todos os gatos são pardos’, é muitas vezes equivalente a ‘à noite quase todas as mulheres são desejáveis’.

(...)

Na noite há muita gente, mas poucas pessoas que valham mais de dois minutos de conversa, embora, em bom rigor, quem sai à noite para caçar só converse com a presa enquanto for preciso. Uma vez consumado o acto de forma mecânica e muitas vezes atabalhoada, pouco fica para dizer a seguir, muito menos depois de poucas horas de sono ensombradas por ressacas coroadas de arrependimento.
Antevendo o caos instalado do dia seguinte, muitas vezes vale mais a abstenção. Os encontrões são só para quem gosta de andar de carrinhos de choque.


Margarida Rebelo Pinto, roubado daqui
A sua escrita pode ser light, mas estas palavras encaixam na perfeição numa realidade nua e crua... Aposto que fazem todo o sentido para os amantes das lides nocturnas seja na movida lisboeta, madrilena ou por esse mundo fora!
Aos morcegos deste blog, não se deixem inibriar pelo barulho das luzes das discotecas da moda e evitem overdoses de Martinis ou outro néctar dos deuses do vosso agrado. A noite termina quando o sol nasce e à luz do dia o lusco fusco nocturno pode deixar, por vezes, de fazer sentido. O dia seguinte pode ser traumatizante e angustiante com mais lágrimas do que sorrisos. Lembrem-se que há sempre um dia depois de amanhã... e nada como continuar a viver e fazer com que cada dia conte!

domingo, janeiro 28, 2007

ASSALTO E INTROMISSÃO


Depois de "O Paciente Inglês " e "Cold Mountain", Anthony Minghella regressa ao grande ecrã com Breaking and Entering ("Assalto e Intromissão") num registo mais intimista: um puzzle emocional e geofísico numa Londres, diferente daquela que aparece nos folhetos turísticos, numa época de mudança cultural e geográfica. A história de uma série de roubos criminais e emocionais.
Will (Jude Law) é um arquitecto de sucesso com um bem sucedido gabinete de arquitectura paisagista em King´s Cross, o mais ambicioso e renovado centro urbano europeu, gerido juntamente com o amigo Sandy (Martin Freeman). Contudo, o seu local de trabalho atrai constantemente a atenção de um gang local. Cansado dos sucessivos assaltos, Will persegue um dos criminosos até casa, onde este vive com a mãe, Amira (Juliette Binoche), uma refugiada da Bósnia. Para investigar o assalto, o arquitecto torna-se amigo desta, mas esta amizade rapidamente toma um curso diferente. Ao descobrir que Miro assaltou o estúdio do seu "amigo", Amina começa a desconfiar das suas intenções e, em pânico, chantageia-o para proteger o seu filho. Se Will já estava em crise (a relação com a sua lindíssima namorada, Liv - Robin Wright Penn -, já viu melhores dias dado que esta passa a maior parte do seu tempo preocupada com a filha adolescente e problemática, Bea - Poppy Roger), inicia assim uma viagem pelo interior da sua consciência, mas também pela cidade que ama...

Longe de ser uma obra-prima, Anthony Minghella brinda o espectador com uma película intelectualmente atraente e profunda com um toque sublime de modernidade. De salientar, as performances de Juliette Binoche e Jude Law, cada um no seu estilo inconfundível e química q.b.
Para ver num domingo à tarde como este, chuvoso e frio...

sábado, janeiro 27, 2007

...

Se o teu sonho é conhecer o mundo... eis a realidade à distância de um click. Para os amantes de viagens (como eu), usem e abusem neste fim-de-semana gelado em que sabe bem viajar para paragens mais quentes como esta... (suspiro)

Cabo Verde, Ilha do Sal (Março 2006)

sexta-feira, janeiro 26, 2007

ESGOTADÍSSIMO

Bruno Nogueira a solo
Jardim de Inverno do Teatro S. Luiz / Lisboa
"... sou do tamanho do que vejo e não do tamanho da minha altura"
11 a 27 de Janeiro
Quinta a Sábado, às 24h00



ESGOTADO!

roubado daqui

Novas sessões:
17 Maio a 16 Junho
Quinta a Sábado às 23h30
Bilhetes já à venda!
QUERO IR!!!

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Quem é quem!?!

Meninas fanáticas (ou simpatizantes) da série Sexo e a Cidade, proponho-vos um desafio: façam o seguinte teste e descubram qual seria a vossa personagem... Gostava que partilhassem comigo os vossos resultados (thanks Deeper pela dica), para alguma coisa servem os comments.
Aqui fica o meu:


"Você é Carrie: Você até é muito descontraída e divertida, mas no que diz respeito às relações gosta de sentir compromisso e seriedade. Ainda pensa muito no passado e isso impede-a de andar para a frente. É inteligente mas deixa-se levar pelo coração."

Posso dizer que fiquei surpreendida com o resultado no que toca à personagem. Não me imaginaria uma Carrie, mas o perfil assenta-me que nem uma luva... Uma bela surpresa! Levo a vida com um sorriso nos lábios e sem stress: don't worry, be happy... Quanto às relações, não gosto que brinquem comigo e odeio incertezas. Perco-me demasiadas vezes nas lembranças do passado, impedindo-me de viver o presente na sua plenitude. Tenho a perfeita noção que quem anda para trás é o carangueijo, mas o coração tem razões que a própria razão desconhece... É mais forte do que eu! Não sou maníaca por Manolo Blanick, mas adoro uns ténis fashion e sou louca por malas. Como não posso passear pelas ruas de NYC, contento-me com belas caminhadas no Chiado com os meus phones: não há terapia melhor para espairecer dos Mr BIG's que nos perseguem vida fora. Para terminar, não é segredo para ninguém: adoro escrever sobre tudo e mais alguma coisa... e o La Luna é o meu escape, tal como a coluna de Carrie no jornal nova-iorquino. E vocês, os meus queridos leitores... OBRIGADA!!!

Fast Food Nation


O título não engana o mais distraído dos espectadores, tratando-se de uma história com um forte cariz político que aborda uma questão cada vez mais importante no mundo ocidental: a alimentação. Não deixa de ser alarmante os dados estatísticos em que o número de pessoas com excesso de peso já superou a quantidade de pessoas que passam fome no planeta. Inacreditável!

Em Geração Fast Food, Richard Linklater vai mais longe ao desmistificar todo o processo que está por detrás de uma cadeia de fast food, o Mickey’s, revelando factos escondidos desta indústria alimentícia que faz parte do quotidiano de cada vez mais pessoas. "The Big One" é o seu mais recente hamburguer, tornando-se no produto mais bem sucedido de sempre. Contudo, existe algo de estranho com a carne. A imaculada (e credível) fábrica de embalagem de carne no Colorado não é mais do que uma fachada polida que incobre os meandros dos bastidores, cujos trabalhadores não são mais bem tratados do que as vacas que trincham para fazerem os hamburgueres. Paralelamente, um grupo de jovens local põe em marcha um plano radical para impedir que a América (e o mundo) se torne(m) numa Nação Fast Food.

A semelhança com factos reais é uma coincidência propositada. Nada como nos olharmos ao espelho para termos consciência da realidade e das atrocidades que cometemos (in)conscientemente... Já diz o povo: o que não mata, engorda!

quarta-feira, janeiro 24, 2007

DAY OFF

O dia não convidava a sair devido às chuvadas (in)constantes, por isso fui-me deixando ficar aninhada no meu sofá com a manta no colo, tv ligada e o ecrã do pc com vista para o mundo. Sabe tão bem folgar durante a semana... Parece que uma pessoa até goza o descanso com mais prazer. (suspiro)
Aproveito para fazer uma triagem dos emails recebidos e deparo-me com um passatempo da newsletter dos cinemas Millenium para uma antestreia. Contrariamente ao habitual, participo. Umas horas depois, recebo o seguinte e-mail:

"Parabéns!

Acabou de ganhar um convite duplo para a Antestreia do filme "CONTADO NINGUÉM ACREDITA” dia 23 de Janeiro, amanhã, pelas 21h30.

Só tem de se dirigir às bilheteiras dos Cinemas Millenium Alvaláxia, até às 21h15m, dizer o seu nome e levantar o convite.

Bom filme!"


Não posso deixar de sorrir... Alvaláxia, aí vou eu... Levanto o convite e assisto ao filme completamente "às cegas". Basicamente, trata-se de uma película com mais moral do que história sobre a única certeza da vida: a morte. É impressionante como só damos a devida importância às pequenas coisas da vida quando somos colocados entre a espada e a parede. Uma espécie de pequenos sustos e armadilhas do próprio destino para testar os nossos limites...

É um filme que brilha pela sua essência e mensagem sublime...
Já diz Sérgio Godinho: a vida é feita de pequenos nadas. E cada um tem os seus...

terça-feira, janeiro 23, 2007

BRRRRR

Com o frio que se faz sentir lá fora.... este cenário já esteve mais longe!!! Brrr E já que temos de levar com ele, uns flocos de neve seriam benvindos para animar a malta... É o que nos faz falta!!!

domingo, janeiro 21, 2007

Assunto sério

No próximo dia 11 de Fevereiro, Portugal vai a referendo responder à seguinte pergunta:

«Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?»

A resposta cabe a cada um de nós: SIM ou NÃO... Para quem ainda tem dúvidas, espero que até lá se dissipem e que votem em consciência. Façam ouvir a vossa voz através de uma simples X. Apesar das diversas polémicas, as guerras partidárias ficarão para outras andanças. O assunto é sério... MESMO!

sexta-feira, janeiro 19, 2007

SCOOP


O homem perfeito. A história perfeita. O crime perfeito. É o que promete o cartaz de Scoop, o mais recente filme de Woody Allen, o segundo rodado em Londres e protagonizado por Scarlett Johansson. À semelhança de Match Point, surge novamente como "isco" suculento, embora numa versão mais recatada, vestindo camisolões largos e sorrindo timidamente por detrás dos seus óculos fundo de garrafa.
A nova comédia contemporânea do realizador conta com a sua prestação no papel de ilusionista, assinalando o regresso a alguns dos seus temas de eleição - dinheiro, ganância, ilusionismo e luxúria. A sua premissa assenta numa espécie de anedota: Sondra Pransky (Scarlett Johansson) é uma americana que estuda jornalismo de visita a Londres, onde é escolhida para participar no número de um ilusionista americano, Sid Waterman (Woody Allen), aceitando fechar-se num armário. Aí, tem contacto com um ser do Além: o fantasma de Joe Strombel (Ian McShane), um jornalista recentemente falecido, que acredita conhecer a identidade do "Assassino da Carta de Tarot", um perigoso serial killer que anda à solta em Londres. Inesperadamente, Sondra encontra aquilo que parece ser a sua oportunidade: o scoop (na gíria jornalística portuguesa "furo") da sua vida. As constantes aparições de Joe incentivam-na a segui-lo, começando imediatamente a perseguir esta grande história com a ajuda do relutante Splendini Sid. As pistas levam-na até Peter Lyman (Hugh Jackman), um atraente homem de negócios britânico que, aos seus olhos, é perfeito. Contudo, o amor faz das suas e Sondra torna-se sua refém: "o pior cego é aquele que não quer ver"... Os problemas começam quando se apercebe que a paixão da sua vida pode não ser compatível com a obtenção do furo que tanto procura. Tanta perfeição até parecia mentira, que será justamente a chave para a surpresa final, tal como em Match Point.

Embora não seja tão supreendente como Match Point, Scoop não deixa de ter os seus momentos sublimes: uma espécie de barca do Inferno a lembrar o Auto de Gil Vicente e o espectáculo do mágico Splendini. No que toca ao cenário, Woody deciciu brindar o espectador com o british countryside.
Um excelente filme para descontrair ou não fosse uma comédia ao jeito do "lunático" Woody Allen com um toque policial. Um mistério delicioso... a desvendar numa sala de cinema algures!

terça-feira, janeiro 16, 2007

DOIS AMORES


Lisboa, 13 de Janeiro de 2007

Mais uma sessão do espectáculo 2 Amores subiu ao palco do Teatro Villaret. Com bilhete adquirido desde Outubro, sento-me numa plateia com lotação esgotada. As luzes apagam-se e o beat da música de fundo leva-nos a trautear um conhecido hit de Marco Paulo: "Eu tenho dois amores... que nada são iguais..."! O pano sobe e dá-nos a conhecer um cenário minimalista e polivalente com muita luz e cor.
Em palco, surgem as duas actrizes de uma história mirabolante: Maria (Maria Henrique) e Ana (Cláudia Cadima), que partilham o mesmo marido: João Santos (José Pedro Gomes), um típico taxista lisboeta, adepto da bigamia. Uma desconhece a existência da outra e vice-versa. A primeira mulher, Maria, mora com João no Dafundo, que, por sua vez, também mora com Ana, a segunda, nos Prazeres. O taxista tem a árdua tarefa de ir saltitando de nenúfar em nenúfar e cumprir à risca uma agenda organizada milimetricamente por siglas e horários, utilizando os turnos para justificar a sua ausência em cada um dos seus lares. Não é fácil ser bígamo, mas João conseguia-o na perfeição até ao dia em que, envolvido num assalto, heroicamente salva uma velhinha em pleno Cais do Sodré: a mala de mão da dita senhora acertou-lhe em cheio na cabeça, levando-o a passar a noite no Hospital de S. José, vítima de traumatismo craniano. A confusão instala-se: é capa de jornal, trava conhecimento com dois inspectores da polícia - Durão (António Machado) e Portas (João Didelet) - e os seus vizinhos de cima, de cada uma das suas casas, Simão (António Feio) e Beto Franquelin (Martinho Silva), em vez de ajudarem, ainda complicam mais a sua vida familiar dupla...
Neste enredo, temos: um homem, dois casamentos, dois vizinhos, dois polícias e uma enorme confusão. Quando João e Simão abrem o jogo e contam definitivamente a verdade; ninguém acredita na sua história mirabolante, digna de novela mexicana...
Em traços gerais, eis o argumento desta peça absolutamente fabulosa. Rir, rir e rir durante quase três horas com as peripécias destas personagens surreais. Até os próprios actores não conseguem, por vezes, conter o riso, desmanchando-se... Pudera!!! José Pedro Gomes e António Feio confirmam que a sua extraordinária empatia em palco não se resume às personagens de Conversa da Treta: Tóni e Zezé. O papel de "bicha doida" é interpretado por Martinho Silva na perfeição, uma espécie de cereja no topo do bolo, surgindo em cena sempre (in)oportunamente. Uma revelação surpreendente...
O intervalo é ouro sobre azul: é tempo de recuperar o fôlego de tanta gargalhada!!!
Um serão de sábado diferente e divertido! Valeu a pena esperar... Nada como começar o ano a rir e muito! ahahaha

segunda-feira, janeiro 15, 2007

SWEET 26


O 12º dia do ano é (e será) o MEU dia, aquele a que ninguém escapa. É tempo de somar mais um ano de vida, fazendo-me abandonar o fantástico clube do quarteirão e uma idade mágica: 25! (snif)
Ora pois então 26º aniversário... É impressionante como o tempo passa num ápice! (suspiro) Vamos ver o que está reservado nesta nova idade... Segundo os entendidos, a melhor que alguém pode ter... Estou preparada para tudo: rugas, cabelos brancos, sabedoria, charme, beleza e muitas coisas boas da vida... Já me dou por satisfeita se o melhor dos 25 se torne o pior dos 26... Será pedir muito!?!? Aproveito a oportunidade para agradecer a quem se lembrou de me lembrar que conto mais um. Muito obrigada e não se riam porque isto da idade toca a todos, novos e velhos! Descansem que não me hei-de esquecer de vos lembrar quando chegar a vossa vez... Até lá, façam-me um favor: sejam felizes!!! =)

Rewind

Os primeiros dias de 2007 foram assim:
- Regressei ao gymn com a missão de exterminar os excessos da época festiva;
- Voltei ao Chiado num sábado à tarde com um sol de Inverno magnífico na companhia dos meus phones e do cartão multibanco: a tripla perfeita, sobretudo em época de saldos. Loucura!;
- Visitei a exposição Amadeo Souza-Cardoso Diálogo de Vanguardas, patente na Fundação Calouste Gulbenkian;
- Assisti a um dos piores filmes da minha vida: "Apocalypto" de Mel Gibson. Detestei e estive prestes a abandonar a sala antes do final. É demasiado longo e chato. Uma autêntica cura para quem sofre de insónias crónicas. Perdi-me no meio daquele dialecto tribal dos primórdios dos piercings;
- experimentei os sabores distantes do Nepal. Uma delícia... Só de pensar naquelas iguarias, já fico com água na boca... yummy!;
- despedi-me de uma amiga que, pela quarta vez, partiu em trabalho. :( Tão longe, tão perto...
- matei saudades das 4ªs no W. O ambiente, o som e as pessoas são uma mais valia deste espaço nocturno =);
- festejei mais um aniversário. O dia começou mal com a súbita avaria do meu veículo, mas a coisa remediou-se. O telemóvel não parou e foi bom ser lembrada =)...

to be continued

De volta...

Bem sei que tenho andado ausente, sumida do mapa... Acontece que não estavam reunidas as condições necessárias no acesso à internet no meu humilde lar da capital: o meu pc necessitou de uma visita forçada ao Dr e está de volta completamente sarado do mal padecido... Espero que não se meta noutra tão depressa! Assim, já posso voltar em força aos posts e a este mundo tão especial. Passem por aqui que também passarei por aí, na medida do possível ehehe
Até jáááááá...

segunda-feira, janeiro 01, 2007

WELCOME 2007

Caros amigos, o La Luna tem o prazer de vos dar as boas vindas ao novo ano, brindando-vos com uma mudança de imagem. Depois das passas e do champagne, vamos encarar 2007 com um sorriso nos lábios e continuar o melhor de 2006... Are you ready!?! Let's go...