O seu último filme, "Match Point", vem comprovar a capacidade de se reinventar a si próprio, tendo escrito uma história sólida com princípio, meio e fim e filmando-a num registo que não é o seu. Para além de não desempenhar qualquer papel, não se parece com nada que tenha feito até hoje e só no desenlance revela alguns sinais do saxofonista.
Sem a sua Manhattan como cenário, Londres é o palco de manifestação cénica da história de um jovem professor de ténis (Chris Wilton), da sua ascenção na sociedade e as terríveis consequências da sua ambição. No meio de duas mulheres, o protagonista, sem saída, recorre a medidas extremas.
A sensualidade marca presença na personagem de Scarlett Johansson, que se vai transformando ao longo do filme: de uma autêntica "femme fatale" à Hollywood, cheia de glamour e terrivelmente sedutora, cai na vulgaridade, sendo histérica e possessiva em relação ao seu amante. Tal transformação, permite-nos perceber em parte os actos terríveis cometidos pelo protagonista.
Com realismo e seriedade q.b., Woody leva-nos a um desfecho surreal, um grande momento cinematográfico, humorístico e simultaneamente solene. É Woody Allen no seu melhor...
"A vida é como um jogo de ténis: se tiveres sorte a bola bate na rede e cai do outro lado"
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